“Quando a família desmorona, as pessoas ficam sem chão”, diz dom Mário Spaki

“Se existe um lugar onde a alegria deveria ser constante, é a família. É onde as pessoas se desenvolvem e crescem. Quando a família desmorona, as pessoas ficam sem chão”. As palavras do bispo diocesano de Paranavaí, dom Mário Spaki, guiaram a entrevista coletiva que concedeu na manhã de ontem.
Na ocasião, ele falou sobre a Semana da Família promovida pela Igreja Católica e que terá programações especiais nas paróquias de toda a Diocese de Paranavaí. De acordo com o bispo, trata-se de um período dedicado especialmente ao cuidado e à reflexão sobre a importância do núcleo familiar.
Na avaliação de dom Mário Spaki, o momento é de desagregação, com muitas famílias se desfazendo. Por isso, “existe uma caminhada muito grande da Igreja para a revalorização da família”. Nas palavras do bispo diocesano: “Como vocação, é a expressão da Sagrada Família”. Por isso, mais do que dificuldades, é preciso evidenciar a alegria.
Nesse sentido, o tema da Semana da Família deste ano é “O Evangelho da Família: alegria para o povo”. O período de comemorações se estenderá de 12 a 18 de agosto, mas as atividades em Paranavaí terão início na manhã do dia 11, com uma caminhada: o início será às 9h30, na Praça dos Pioneiros. Depois disso, cada comunidade organizará as próprias ações.
Integrante do Conselho Familiar da Diocese de Paranavaí, Sandra Neves informou que a programação inclui palestras, missas e momentos de oração. Ao longo dos últimos anos, disse, a comunidade tem participado, de maneira intensiva, dos trabalhos voltados para a família.
Também integrante do Conselho Familiar da Diocese de Paranavaí, Joel Aparecido Rodrigues da Fonseca afirmou que a intenção é percorrer escolas e desenvolver atividades voltadas para a valorização familiar. A ideia é começar ainda este ano, mas estruturar melhor a programação para os próximos anos.
VIOLÊNCIA FAMILIAR – Durante a coletiva de imprensa, dom Mário Spaki foi questionado sobre a preocupação da Igreja Católica em relação às crescentes estatísticas da violência dentro dos núcleos familiares. Creditou a maior parte dos casos ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. “É um problema muito sério que desemboca na família. Muitos atos de violência são provocados pelo alcoolismo”.
NOVAS CONFIGURAÇÕES – O bispo diocesano também falou sobre os diferentes modelos de família que se desenham dentro da sociedade atual, com os espaços que as minorias têm conquistado. “O mundo é plural e esse modelo de diversidades chegou à família”.
Mesmo assim, disse que núcleos familiares formados por casais homoafetivos não podem ser considerados como famílias. Declarou que respeita a união de pessoas do mesmo sexo, mas que não há matrimônio. “Jamais existe o sacramento”, complementou.
Na avaliação do padre Inácio Schiroff, a Igreja Católica acolhe todas as composições familiares, sem condenação. O que acontece é que enfatiza a formação da família tradicional, conforme os preceitos bíblicos e religiosos.