Quantidade de focos do Aedes aegypti gera preocupação no Noroeste do Paraná

O Noroeste do Paraná está vulnerável às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a saber, dengue, febre chikungunya e zika vírus. A afirmação é da chefe de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, Nilce Casado, e tem como base a grande quantidade de criadouros do mosquito encontrada pelos agentes de saúde. “São muitos focos, principalmente em domicílios”, disse.
Desde o dia 1º de janeiro até a tarde de ontem, apenas um caso havia sido positivado em toda a região, na cidade de Tamboara. Mas isso não significa que a situação esteja controlada. Ao contrário, as constantes chuvas e o calor facilitam a proliferação do mosquito. Considerando a existência de muitos focos do Aedes aegypti, as chances de haver novas epidemias de dengue são altas.
Por enquanto, apenas Santa Isabel do Ivaí enfrenta quadro epidêmico. Até pouco tempo, eram registrados, em média, nove casos de dengue por semana no município. Depois de um intenso trabalho do poder público com a população, a quantidade de pessoas com a doença diminuiu, mas o problema não foi totalmente solucionado. “Ainda há casos todas as semanas”, informou Nilce Casado.
DEVER DE TODOS – A preocupação agora é com a falta de participação da população nos trabalhos de combate ao Aedes aegypti. Se são encontrados focos dentro dos imóveis residenciais, quer dizer que os moradores não estão fazendo a limpeza devida dos quintais. A verificação deve ser feita constantemente e toda água acumulada em objetos precisa ser eliminada. A recomendação também vale para prédios comerciais.
Pensando nisso, a 14ª Regional de Saúde está alertando os gestores municipais de todo o Noroeste do Paraná para que desenvolvam ações de orientação. 
HOJE, DIA ESTADUAL DE MOBILIZAÇÃO – Hoje, sábado, é dia de combate ao Aedes aegypti em todo o Estado, por isso, “queremos estimular uma mobilização mais efetiva”, destacou Nilce Casado. Ela citou a necessidade de visitar os moradores, entrar nas casas e mostrar como estão vulneráveis ao mosquito.
A intensificação dos trabalhos para eliminar o Aedes aegypti resulta de uma decisão do próprio Governo do Estado que estabelece o dia 9 de cada mês como Dia Estadual de Mobilização e Combate à Dengue. De acordo com a chefe de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, trata-se de uma campanha que se manterá pelos próximos meses, até que o Paraná consiga reduzir drasticamente o número de casos da doença.
Cabe destacar que em 2015, foram 4.115 registros positivos de dengue somente no Noroeste do Estado. A quantidade referente ao período de 1º de janeiro até 31 de dezembro do ano passado pode aumentar, já que ainda há amostras sanguíneas de pacientes sendo submetidas a análises laboratoriais. Outro ponto que merece ser ressaltado é que ainda não foram confirmados casos de febre chikungunya e zika vírus na região.
RISCO MÉDIO EM PARANAVAÍ – O primeiro Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira) de 2016 em Paranavaí foi concluído na última quinta-feira, apontando 2,8% de infestação. Mostra que a cada 100 imóveis, 2,8 têm criadouros do mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Esse resultado coloca o município em situação de médio risco.
De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, o índice de infestação por Aedes aegypti considerado tolerável é 1%. 
O maior problema está na região dos Jardins Morumbi e Ouro Branco e na Vila City. Nos imóveis incluídos nessa área o índice de focos de larvas do Aedes aegypti ficou em 4,1%.
Nos Jardins São Jorge e Simone e na Vila Operária, o Lira apontou 3,5% de infestação. Na região que inclui os Jardins Ipê, Santos Dumont e Guanabara, o Parque Industrial e o Distrito de Sumaré, o índice foi de 1,9%. Na área central da cidade, 1,8%.