Quase metade dos Municípios da Amunpar devem aumentar população
O Paraná deverá alcançar uma população estimada em 12.208.466 habitantes em 2040, ante uma população estimada em 2017 em 11.320.892 habitantes, o que representará um aumento de 7,8% nos próximos 23 anos.
Mas o aumento não atingirá todos os municípios do Paraná: em 251 a população vai diminuir e em apenas 148 vai aumentar, segundo as projeções feitas pelo estudo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes.
A redução ou aumento da população historicamente estão atrelados a uma ligação simbiótica entre a geração de valor e a geração de emprego. Quando a atividade empresarial vicejava, o emprego expande e a comunidade prospera, com tendência a atrair novos moradores.
A aglomeração nos centros maiores é uma tendência, pois a criação de emprego realça a criação de valor à medida que a confiança no futuro da economia vá aumentando.
Vários fatores têm ajudado a vincular a expansão empresarial à expansão do emprego. Historicamente um aumento na demanda de bens industrializados acaba abrindo mais postos de trabalho e nas cadeias de suprimento e distribuição, o que proporciona como consequência o crescimento dos centros urbanos.
As indústrias sempre geram empregos locais – e que, com o tempo, passam a ser postos de trabalho bem remunerados para a classe média. Exemplos são os países industrializados, como os Estados Unidos, que na maior parte do século 20 teve ascensão da atividade empresarial que coincidiu com a ascensão da classe média, criando confiança no sistema e instaurando o Século Americano.
No Brasil não tem sido diferente. Os municípios que tiveram no início projetos de incentivo à instalação de indústrias apresentaram mais acelerado crescimento e hoje buscam apenas aperfeiçoar o ritmo que já mantêm há tempos.
Tal situação é visível aqui mesmo na região Norte/Noroeste do Paraná, onde alguns municípios se destacam e aparecem com projeções positivas para os próximos anos, no estudo do Ipardes.
O diretor de pesquisas do Ipardes, Daniel Nojima, explica que a projeção que indica redução no número de habitantes gera apreensão nos prefeitos e gestores públicos, mas que isso não implica, necessariamente, em queda da renda municipal e empobrecimento.
“Os municípios pequenos têm uma base forte no agronegócio. Com a modernização da agricultura, é normal ter menos pessoas dedicadas ao campo, que se mudam, mas a atividade continua gerando renda e outros empregos”, afirma.
Alguns serviços, porém, deixarão de existir, por não haver demanda suficiente em determinadas localidades. A tendência, porém, é que as migrações ocorram de municípios pequenos para polos regionais, e não tanto para a capital ou grandes cidades.
Fazendo a projeção da população com base no Censo de 2010, são 223 municípios que têm perda populacional até 2040. Desses, 204 têm até 20 mil habitantes. “Esses 204 municípios representam 38,6% do PIB agropecuário do Paraná”, explica Nojima.
Os dados precisam ser entendidos como ferramenta de planejamento de políticas públicas, defende o pesquisador. “É preciso pensar na infraestrutura que a cidade vai ter, para receber no futuro mais ou menos pessoas, mais idosos e menos jovens”, explica.
A população na faixa de 0 a 14 anos deve passar de 20,8% para 14,6%. Por outro lado, os idosos com 65 anos ou mais, representarão 19,9% da população total.
“A partir dos dados pode-se imaginar que haverá pressão maior por gastos na saúde e necessidade menor de investimentos em educação, porque haverá menos jovens”, exemplifica Nojima.
A iniciativa privada também pode considerar os dados de projeção para decidir sobre seus investimentos. “Cianorte é um município que vai crescer muito, assim como Francisco Beltrão. Serão novos subpolos regionais, que demandarão mais serviços”, observa. Essas duas cidades passarão dos 100 mil habitantes. Outra que entrará na lista é Sarandi. (SB)
REGIÃO DE PARANAVAÍ
De acordo com os dados do Ipardes, se não apresentar projetos viáveis e convincentes de atração de novos e manufaturamento de novos segmentos Paranavaí estará nos próximos anos entre os de menor crescimento do Estado: apenas 0,5%, ficando atrás de outros 11 dos seus limítrofes, o que serve de alerta para as lideranças políticas e empresariais do município.
Paraíso do Norte, Paranapoema e Amaporã, por exemplo, vão crescer mais de 20%. Até mesmo Nova Aliança do Ivaí, um dos menores municípios do Paraná, vai ter um crescimento significativo de 10,6%, segundo projeções do Ipardes.
Enquanto isto, dos nove municípios do entorno de Paranavaí, que não fazem parte da Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná mas mantêm relações de negócios com Paranavaí, seis deles terão crescimento, com destaque para Cidade Gaúcha.