Ratos soltos na CPI tumultuam sessão com depoimento de tesoureiro do PT

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Considerado o principal depoimento realizado até agora pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras na Câmara, a fala do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, começou em meio a um tumulto e bate-boca entre parlamentares.
Antes de Vaccari iniciar sua exposição com tom professoral, sobre doações partidárias, deputados da oposição articularam uma confusão para marcar a chegada do petista à CPI.
Logo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, um homem abriu uma caixa e soltou seis ratos no plenário da CPI. O ato irritou petistas.
O homem foi levado por agentes da Polícia Legislativa.
"Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nós vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari".
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio.
"Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conste na ata", disse o petista.
O tucano reagiu e eles bateram boca. "Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui".
Os dois parlamentares trocaram gritos de "bandido é você".
Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de "circo armado". "Quero deixar aqui minha insatisfação com a ação encomendada que depõe contra o parlamento. O circo armado mostra o nível que nos encontramos. Aqueles que reclamam da aprovação do governo, mas as pesquisas mostram que a aprovação do Parlamento é ainda pior. Este circo armado que depõe contra o parlamento, que é essencial à democracia e ao debate".
Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.
Na véspera do depoimento, Vaccari recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ser liberado de dizer a verdade. O receio dos petistas era de que algum deputado tentasse dar voz de prisão ao tesoureiro, criando um fato político.

Eduardo Cunha determina demissão de servidor que soltou ratos em CPI
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou que sejam tomadas as providências necessárias para a exoneração do servidor da Casa que soltou uma caixa com seis ratos no plenário, provocando um tumulto no na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras.
O funcionário foi identificado como Márcio Martins de Oliveira e está lotado no gabinete da segunda vice-presidência, controlada pelo deputado Giacobo (PR-PR). Ele é servidor comissionado, contratado por indicação política, ocupando a função de assistente de gabinete desde 9 de março e recebe salário mensal de R$ 2.300. Ele nega ter soltado os ratos na Casa.
Antes de ocupar este cargo, Oliveira foi secretário parlamentar do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), entre 12 de abril de 2014 e 8 de março de 2015.
A soltura dos ratos foi organizada por parlamentares de oposição para marcar a entrada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para seu depoimento à CPI. Logo após a entrada de Vaccari, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares petistas para demonstrar força e apoio interno, o servidor abriu uma caixa e soltou seis ratos no plenário, irritando petistas.