Receita revê projeção de arrecadação, mas mantém otimismo

Apesar do fraco crescimento da arrecadação nos sete primeiros meses do ano, a Receita Federal mantém-se otimista para o resultado de 2013. A projeção do órgão é que os valores arrecadados com impostos e outras contribuições vão crescer cerca de 3% acima da inflação neste ano. O número sofreu um pequeno ajuste para baixo, seguindo o corte da previsão para a expansão do PIB em 2013 feito pelo Ministério da Fazenda, de 3,5% para 3%. Antes, a Receita afirmava que a arrecadação poderia ter aumento real de 3% a 3,5%. O valor coletado com impostos e outras contribuições somou R$ 94,293 bilhões no mês passado, apenas 0,89% superior ao registrado um ano antes, quando descontada a inflação do período. Essa alta foi puxada também por aumento da arrecadação de receitas previdenciárias e de impostos sobre o lucro das empresas, o que indica uma recuperação da lucratividade do setor privado em relação ao ano passado. No ano, a arrecadação somou R$ 638,278 bilhões e está praticamente estável na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos sete meses do ano, houve três de queda do valor recolhido com impostos e quatro de alta. Questionado se a projeção não continuava muito otimista, o secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Nunes, disse que a Receita baseia suas projeções nos números da Fazenda. "Nós nos guiamos por indicadores oficiais e não há outros", afirmou. A projeção do governo para o PIB está bem acima das apostas de mercado, cuja mediana hoje está em 2,2%. Nunes destacou que a arrecadação no segundo semestre do ano passado foi mais fraca que no primeiro, o que cria uma base de comparação mais baixa para os próximos meses, favorecendo uma aceleração do crescimento da receita federal. DÓLAR – Ele disse ainda que há outros indicadores que influenciam a arrecadação, como taxa de juros, a evolução dos salários, o crescimento das exportações e o câmbio. Em julho, por exemplo, o valor recolhido com imposto de importação cresceu 18% ante um ano antes, para R$ 3,4 bilhões, por causa do aumento do volume comprado lá fora e do dólar mais alto (o que aumenta o preço do produto importado em reais). Com a arrecadação federal crescendo menos que as despesas da União, o Ministério da Fazenda enfrenta dificuldades para cumprir a meta de economia de pagar juros da dívida pública – o chamado superávit primário. O objetivo de economia para todo setor público neste ano já foi reduzido de 3,1% do PIB para 2,3% do PIB.