Reforma do minipresídio deve terminar no final do mês

A presidente do Conselho da Comunidade da Comarca (CCC) de Paranavaí, Izabel Christina Soster, confirmou que até o final deste mês deverá terminar a reparação dos estragos causados no minipresídio durante rebelião ocorrida no mês de dezembro do ano passado. Cerca de R$ 50 mil serão gastos no serviço, valor conseguido junto ao Poder Judiciário.
Além dos recursos financeiros, detentos que integram o sistema prisional de Maringá estão em Paranavaí trabalhando na reforma interna. Eles possuem autorização judicial para fazer o perfilamento nas paredes das celas que receberão novas grades.
PARCERIA – A reforma só está sendo possível graças a uma parceria do Poder Judiciário com o Conselho, isso porque o processo licitatório do Governo do Estado ainda está seguindo os trâmites legais. Também ajuda na demora a falta de previsão orçamentária.
Izabel explica que a parceria prevê um plano de investimento do dinheiro oriundo de multas aplicadas pela Vara Penal de Paranavaí. Para isso, foi criada uma comissão que, no final da reforma, terá que prestar contas do dinheiro investido no conserto.
FALTA DE ESPAÇO – Os estragos aconteceram em uma das alas destinadas ao público masculino que foi o principal afetado na rebelião. Só para ter uma noção do problema, 180 homens dividem menos da metade do espaço construído e planejado para receber 96 pessoas.
Sem ter estrutura física para receber pessoas, os detentos tiveram as visitas de parentes suspensas desde a rebelião.
Os presos também tiveram que limitar o número de roupas e objetos pessoais por não haver espaço interno. A questão de salubridade do local também ficou prejudicada, uma vez que não há condições de banho de sol e até mesmo de circulação de ar.
COMPREENSÃO – Desde que houve a rebelião os principais prejudicados foram os próprios detentos. Para amenizar a situação a presidente do CCC disse que houve a necessidade de uma atuação mais efetiva da entidade.
Para acalmar os ânimos internos e dar mais qualidade para os detentos foram liberados produtos de limpeza e de higiene pessoal. A alimentação foi melhorada.
INTERDIÇÃO – No início deste ano a promotora de justiça Andréa Fabiana Pussi Baradel pediu a interdição do minipresídio. Ela fez o pedido levando em conta laudos técnicos emitidos pelo Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. Na ocasião ela alegou que a situação piorou com a falta de espaço por causa da rebelião
Na ação a promotora pediu que o Governo do Estado providenciasse a remoção dos presos para unidades adequadas e solicitou que a reforma do minipresídio tivesse início imediato, com adaptações necessárias às normas de higiene, saúde, ventilação e segurança. A ação continua tramitando na Justiça e ainda não houve uma decisão sobre o caso.
RELEMBRE A REBELIÃO – O motim dos presos teve início por volta das 16h30 do dia 17 de dezembro. Um agente foi rendido em uma das alas. Depois disso houve a quebra de portas das grandes e do bloqueio entre alas.
A maioria dos presos se concentraram no solário e permaneceram por 22 horas. Fato totalmente atípico foi que os presos usaram aparelhos de telefones celulares para fazer vídeos e durante a rebelião compartilharam em diversas redes sociais.
Policiais se concentraram no telhado e em pontos estratégicos. A área no entorno foi isolada para evitar que as pessoas circulassem pelo local que era considerado de risco. Com isso, familiares dos presos protestaram reclamando da falta de informações e de acesso.
Uma comissão formada por representantes do Poder Judiciário, Ministério Publico, Ordem dos Advogados do Brasil e das polícias militar e civil conversou com os rebelados. No final houve consenso e o fim da maior rebelião da história de Paranavaí. O saldo final foi de nenhuma pessoa ferida, porém metade da ala masculina ficou destruída.