Região de Paranavaí registrou 109 casos de HIV/Aids em um ano

Em um ano, a região de Paranavaí registrou 109 casos de HIV/Aids. A informação é da 14ª Regional de Saúde, com base no levantamento feito a pedido do Diário do Noroeste.
Hoje é o Dia Mundial de Luta contra a Aids, quando os municípios realizam uma série de atividades de prevenção e de testagem para diagnosticar o vírus.
O levantamento de outubro do ano passado mostra que de 1988 (quando surgiu o primeiro paciente) até 2015 foram confirmados 527 casos. Já a atualização, de outubro de 2016, aponta 636 casos.
Paranavaí, a maior cidade, lidera as estatísticas. Até o ano passado eram 237 pessoas com HIV. Hoje são 288, ou seja, 49 novos diagnósticos positivos. Os casos concentram-se na faixa etária de 20 a 49 anos, maioria em homens, cerca de 60% do total.
Maria da Penha Francisco, coordenadora Regional do Programa de Controle das IST na 14ª Regional de Saúde, informa que vem aumentando os casos de pessoas que se descobrem portadoras do vírus, porém ainda não desenvolveram nenhuma das chamadas doenças oportunistas.
Com início imediato dos medicamentos (chamada terapia), as pessoas soropositivas podem continuar apenas portadores de HIV, e com taxas baixas do vírus, o que diminui as novas infecções, fala a coordenadora.
Desta forma todas as ações que serão desenvolvidas nos municípios da 14ª Regional de Saúde por ocasião desse dia de luta, buscam facilitar o acesso aos serviços e a testagem, além da distribuição de preservativos, que ainda é a única forma de prevenção.
A detecção de casos precocemente, bem como o tratamento o quanto antes, continuam no foco das políticas públicas, complementa Maria da Penha. “Nós Podemos Construir um Futuro sem Aids” é o slogan desta proposta.

METAS

Assim como no ano passado, detalha Maria da Penha, as ações buscam alcançar as metas estabelecidas para os próximos anos e que deverão ser atingidas até 2020.
Dentre os desafios, fazer com que 90% das pessoas com HIV saibam que são portadoras e 90% dos pacientes diagnosticados recebam terapia antirretroviral (medicação contra o retrovírus).
Ainda pretende que 90% das pessoas em tratamento possuam carga viral indetectável, ou seja, não transmitam o vírus, finaliza.
Quando esta meta tríplice for alcançada, pelo menos 73% de todas as pessoas vivendo com HIV no mundo todo terão supressão viral, ou seja, suspensão do vírus. O Ministério da Saúde pretende que no futuro exista apenas notificação para o vírus HIV e não mais para a Aids, isto é, a doença propriamente dita.  

MULHERES GRÁVIDAS

A realização da testagem para as mulheres grávidas já na primeira consulta do período pré-natal é fundamental para impedir a transmissão vertical do HIV – isto é – quando o bebê é infectado através da mãe.
Por isso, o Conselho Federal de Medicina emitiu a “Recomendação CFM nº 2/2016”, que discorre sobre a conveniência e oportunidade de os médicos oferecerem aos pacientes, em consulta médica, a solicitação de testes sorológicos para o HIV, sífilis, hepatites B e C, bem como orientá-los sobre a prevenção destas infecções.