Regional de Saúde alerta para risco de transmissão em área urbana
REINALDO SILVA
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Entre os principais criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e de outras doenças, 86,3% representam o descaso de moradores por todo o Paraná. É o que mostra o relatório semanal da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), divulgado ontem.
O maior índice de focos está no lixo descartado de maneira incorreta, na sucata em pátios e ferros-velhos e nos entulhos de construção. Totalizam 40,69%.
Vasos de plantas, pequenas fontes ornamentais e materiais armazenados em depósitos de construção concentram a segunda maior porcentagem de criadouros do mosquito: 29,84%.
Na sequência, aparecem os depósitos domésticos ao nível do solo, por exemplo, bebedouros de animais e reservatórios de água. Somam 15,77% dos focos de larvas do Aedes aegypti.
Além da preocupação com a dengue, os maus hábitos da população revelam o risco de urbanização da febre amarela, graças aos altos índices de infestação dentro das cidades. Transmitida pelo mesmo mosquito, até agora é considerada uma doença silvestre.
DENGUE – O Noroeste do Paraná acumula 52 casos positivos de dengue desde 28 de julho até 14 de setembro deste ano. Na média, a incidência de confirmações é baixa, mas algumas situações chamam a atenção, entre as quais, a de Inajá, com sete resultados positivos – o estado é de alerta.
Também têm confirmações: Alto Paraná, Amaporã, Guairaçá, Loanda, Nova Aliança do Ivaí, Paranavaí, Santa Isabel do Ivaí e São Carlos do Ivaí. Nesses municípios a proporção entre casos e o número de habitantes é menor do que em Inajá.
REGIONAL DE SAÚDE – É preciso intensificar as ações preventivas e ampliar a fiscalização, no sentido de evitar que os números cresçam e os municípios do Noroeste do Paraná enfrentem nova onda de epidemia de dengue.
A avaliação da 14ª Regional de Saúde é que em alguns casos o descaso dos moradores soma-se à falta de políticas públicas de combate ao Aedes aegypti. Além de dengue e febre amarela, o mosquito é responsável por transmitir vírus da chikungunya e da zika.
Diante dos riscos, o apelo da Regional de Saúde é para que todas as instituições que lidam com a proteção à saúde se envolvam na luta contra a dengue e as demais doenças. Nesse sentido, o apoio do Ministério Público para cobrar ações efetivas dos gestores municipais é essencial.