Regional de Saúde pede mobilização no Noroeste no combate à dengue
Estão previstas diversas ações, incluindo mutirões, palestras e outras medidas para eliminar o mosquito Aedes aegypti e, com isso, reduzir o risco de nova epidemia da doença, uma ameaça crescente na maioria dos municípios.
Dos 28 municípios que integram a Regional, pelo menos sete estão com índice alto de infestação – acima de 3%. São eles: Guairaçá, Paranapoema, Terra Rica, Santa Isabel do Ivaí, São Pedro do Paraná e Planaltina do Paraná.
Paranavaí, a maior cidade, também preocupa e apresenta infestação média de 2,5%. O número foi apurado no Levantamento de Índice Rápido – LIRA – do mês de outubro. A Organização Mundial de Saúde considera tolerável até 1% de infestação.
Além da presença do mosquito, neste ano a preocupação é que muitos municípios tiveram casos de dengue durante todo o ano. Santa Isabel do Ivaí, por exemplo, continua em epidemia.
Chefe da Vigilância Sanitária da Regional, Nilce Casado explica que, embora não haja número crescente de registros, em Santa Isabel foram verificados casos durante todo o ano e praticamente em todas as últimas semanas.
O último verificado em Paranavaí foi no dia 11 de outubro. Até o momento são 342 registros positivos. Aliás, no décimo mês do ano outras quatro cidades também apresentaram registro positivo para dengue.
NÚMEROS DE 2015 – Até outubro deste ano foram contabilizados 4.090 casos positivos de dengue nas cidades do Noroeste. Além disso, o total de notificações chegou a 6.538, sendo 2.371 negativos.
O número de negativos também merece uma atenção especial, isso porque outras doenças recentes apresentam sintomas semelhantes. Os exames para a Febre Chikungunya e Zica Vírus, igualmente transmitidos pelo Aedes aegypti, passaram a ser feitos recentemente.
Nilce Casado analisa que um dos desafios é barrar a transmissão e, com isso, conter o avanço. Uma cidade em situação de epidemia já coloca todas as demais em risco, já que se tratam de comunidades próximas uma das outras, alerta.
Outra preocupação é com a possibilidade de entrada de novos tipos de vírus da dengue. Atualmente está em circulação o tipo 1. Porém, caso haja uma inserção do tipo 4 poderá haver grande número de casos, já que a população em geral ainda não teve contato com esse vírus. A pessoa não contrai duas vezes a dengue do mesmo tipo.
O Noroeste precisa se mobilizar também por um dado preocupante em relação ao Estado. Nilce Casado lembra que desde 2013 a área da Amunpar – Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense – lidera o ranking de incidência. Como detalha, apenas Paranavaí teve mais de 10 mil casos em 2013.
LOCAIS DE RISCO
A combinação comum nesta época – chuva constante e temperatura elevada – contribui para o avanço do Aedes aegypti. Boca-de-lobo entupida, árvores com podas incorretas, plástico, pequenos recipientes, calhas, vasos de plantas e bebedouros de animais. Qualquer lugar que retenha água é um potencial criadouro, lembra Nilce Casado.
Por isso, o ideal é que a pessoa destine um tempo semanalmente para vistoriar os quintais. O olhar deve ser atento, eliminando qualquer lugar que acumule água, ainda que em pequena quantidade. “São cinco minutos que podem fazer a diferença”, reforça, lembrando que o sucesso dessa empreitada para barrar uma nova epidemia passa pelo empenho de todos – poder público e iniciativa privada.