Regional de Saúde questiona déficit de agentes de combate à dengue
A situação causou preocupação. O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde, Walter Sordi Junior, sugeriu mudanças na estratégia de trabalho. “Se os agentes não conseguem entrar nos domicílios, é preciso encontrar outra maneira de chegar até os moradores, mesmo que seja através de ordem judicial”.
O médico Marcelo Campos, do setor de Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, disse que considera insuficiente o número de agentes de combate à dengue. “Essa é uma condição crônica em Paranavaí”. Na opinião dele, o índice de imóveis que não foram visitados é alto, por isso, é fundamental que as equipes sejam ampliadas.
O chefe municipal da Vigilância em Saúde informou que existem 55 agentes de combate à dengue, três deles cedidos pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Desse total, 51 fazem o trabalho diário nos bairros da cidade. Os outros quatro são encarregados de avaliar as informações e realizar análises laboratoriais.
De acordo com Fadel, os agentes são divididos em equipes que atuam em algumas frentes de trabalho. Algumas fazem as visitas domiciliares para conscientizar os moradores e verificar se há focos de larvas do mosquito transmissor da dengue. Outras são responsáveis pelo bloqueio dos locais onde são registrados casos da doença. Há, ainda, um grupo que desenvolve a chamada busca ativa.
O chefe municipal da Vigilância em Saúde disse que sabe da necessidade de contratar mais funcionários, mas ressaltou que por questões orçamentárias impedem que seja feito. “Se pudéssemos, teríamos 300 agentes nas ruas da cidade, mas o limite prudencial do município não permite”.
PASSADO – O déficit de servidores para o combate à dengue é assunto recorrente. Em diferentes oportunidades a equipe da 14ª Regional de Saúde questionou a Secretaria Municipal de Saúde sobre a quantidade reduzida de agentes. Desde o ano passado, antes que a epidemia da doença começasse. “Não dá para fazer enfrentamento à dengue sem as visitas diárias”, enfatizou o médico Marcelo Campos.
O Plano Nacional de Controle da Dengue (PNCD) aponta 43.966 imóveis em Paranavaí. Considerando os 12,77% visitados entre agosto e outubro deste ano, são mais de 5.600 residências às quais os agentes não têm acesso. “O que precisa ser feito não está sendo feito”, avaliou Campos.
Rebate questionamentos
O chefe municipal da Vigilância em Saúde rebateu o questionamento dizendo que nos últimos meses foram feitos mutirões de limpeza e visitas domiciliares para levar informações para os moradores.
O relatório apresentado por Fadel na manhã de ontem pontua algumas medidas adotadas em Paranavaí para combater a dengue. Cita, por exemplo, a reativação do Comitê Municipal, a mobilização feita em bairros da cidade de 19 e 26 de outubro, a restauração do Plano de Gerenciamento para Prevenção e Controle da Dengue e a Elaboração do Plano de Contingência para Epidemias de Dengue.
Lixão da Vila Operária preocupa autoridades
Em reunião do Comitê Municipal de Combate à Dengue realizada na manhã de ontem, as autoridades falaram sobre o que precisa ser feito para evitar que Paranavaí enfrente nova epidemia da doença. Uma das principais preocupações recai sobre o lixão da Vila Operária, ao lado do Caic.
O diretor da Vigilância em Saúde, Randal Khalil Fadel, afirmou: “Precisamos analisar o que pode ser feito. Lá existe uma lagoa com milhares de larvas de mosquitos”.
Diariamente, pontuou Fadel, são recolhidos de 40 a 50 pneus, além de sofás, sacolas e telhas, todos objetos que acumulam água e se tornam criadouros do Aedes aegypti. Outro problema identificado no local são os quase 90 tubos de concreto que servem como moradia para andarilhos.
Uma das medidas que reduzirá os riscos causados pelo lixão da Vila Operária será a contratação de uma empresa que ficará responsável pelos resíduos provenientes da construção civil. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, João Marques, a previsão é que a licitação seja feita em janeiro de 2014. Com isso, todo entulho jogado no lixão da Vila Operária receberá a destinação correta.