Regional investiga se duas mortes foram em consequência da gripe
A intensificação se dá a partir de duas mortes recentes por suspeita de gripe verificadas na região Noroeste. Há cerca de 20 vírus em circulação (incluindo H1N1), alguns considerados mais agressivos, podendo evoluir para a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave.
O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da Regional, Walter Sordi Júnior, confirma que as mortes verificadas na região estão sendo averiguadas e o material (colhido) encaminhado para análise. Objetivo é tentar fechar o diagnóstico e, em caso de confirmação, precisar qual tipo de vírus.
Uma das dificuldades é que, mesmo confirmada a presença do vírus em exame particular, o quadro tem que ser constatado por exames oficiais (serviço do Laboratório Central ou credenciado pela Secretaria de Estado da Saúde).
O problema é que no setor privado geralmente não são guardadas amostras para a contraprova, o que dificulta “fechar o quadro”.
Sordi Júnior ressalta aos profissionais de saúde que a coleta deve ser feita antes de iniciada a medicação isso porque o remédio pode mascarar o resultado. A medicação age rapidamente, com o vírus não aparecendo nos exames.
Ele lembra que os casos graves, mesmo com medicação, acontecem em decorrência de outras infecções a partir da fragilização do paciente. Na prática, exames tardios não detectam a presença do vírus que motivou a posterior evolução negativa do quadro.
CASOS REGISTRADOS – Os casos de morte de pacientes por problemas respiratórios aconteceram no último sábado e na quarta-feira da semana passada. As vítimas eram de Santa Cruz de Monte Castelo.
O médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa, Michel Abrão Spigolon, confirmou em entrevista para a RPC TV que dois pacientes morreram recentemente por causa de problemas respiratórios.
Uma das hipóteses é que tenham sido vítimas de H1N1. No ano passado foram 13 casos confirmados no âmbito da Regional de Saúde, sendo que duas pessoas morreram.
O que é gripe?
A gripe é uma doença causada pelo vírus da Influenza, que ocorre predominantemente nos meses mais frios do ano. Esse vírus apresenta diferentes tipos e subtipos que produzem a chamada gripe ou influenza sazonal.
A gripe tem início súbito e, na maior parte dos casos, tem cura espontânea, entre sete e dez dias. Em algumas situações, podem ocorrer complicações como pneumonia e insuficiência respiratória, configurando um quadro denominado de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Essas complicações são mais comuns em grupos mais vulneráveis, como as pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes e portadores de doenças crônicas.
Quais são os principais sintomas?
Febre repentina, tosse, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, dores nas costas, falta de ar, cansaço e calafrio.
Medidas de prevenção:
Lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão; Evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; Não compartilhar objetos de uso pessoal; Cobrir a boca e o nariz com o antebraço ou lenço descartável ao tossir ou espirrar; Manter os ambientes arejados, com portas e janelas abertas, (com informações em www.saude.pr.gov.br).
Diante disso, Walter Sordi Júnior recomenda que reuniões que não são fundamentais, devem ser evitadas nesta época. Quando não houver tal possibilidade, ideal é fazer em ambiente arejado, além de disponibilizar álcool em gel para que todos passem nas mãos.
São sugestões importantes, levando-se em conta que as pessoas se aglomeram nas temperaturas mais baixas, facilitando a transmissão. Outro aspecto é que os vírus se tornam mais resistentes no inverno, permanecendo em superfície por três dias ou mais.