Renda do trabalhador cresce 5,7% em 2013

RIO DE JANEIRO – Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados ontem pelo IBGE, trazem uma única boa notícia. É o fato de que o rendimento do trabalhador segue em expansão, com alta de 5,7% em 2013.
"É um aumento robusto, sem dúvida, mas o problema é que os maiores rendimentos subiram mais", diz Fernando Holanda, economista da FGV.
O índice de Gini, medida de desigualdade, mostrou uma discreta piora de 2012 para 2013, passando de 0,496 para 0,498 no indicador que mensura exclusivamente a distribuição dos rendimentos do trabalho. Quanto mais próximo de zero, melhor é a distribuição de renda do país.
Apesar disso, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhadores em 2013 foi estimado em R$1.681. A renda dos homens era de R$ 1.890,00 e a das mulheres ficou em R$ 1.392,00. As mulheres recebiam, em média, 73,7% do rendimento de trabalho dos homens. Em 2012, essa proporção era de 72,8%.
Todas as categorias tiveram aumento da renda, com destaque para servidores públicos estatutários (5,9%). Os demais tiveram alta abaixo da média: trabalhadores com carteira (4,4%) e trabalhadores sem carteira (5%).
Em 2013, os maiores rendimentos do país eram dos trabalhadores do Distrito Federal (R$ 3.114) e São Paulo (R$ 2.083). Já os mais baixos ficaram com Piauí (R$ 1.037) e Ceará (R$ 1.019).
Dentre os Estados, a renda subiu mais no ano passado em Amazonas (12,8%), Rio Grande do Sul (11,4%) e Bahia (10,3%).
DESIGUALDADE – No penúltimo ano do governo Dilma, o processo contínuo de melhora da distribuição de renda estancou e já sinaliza um retrocesso nessa tendência, vivida pelo país desde o Plano Real.
O índice de Gini, medida de desigualdade, mostrou uma discreta piora de 2012 para 2013. Passou de 0,496 para 0,498 no indicador que mensura exclusivamente a distribuição dos rendimentos do trabalho – melhor referência disponível na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE.
Na mesma tendência de ligeira piora, o índice de Gini que mede todas as fontes de rendimento (aposentadorias, transferências do governo, aluguéis e rendimento de aplicações) subiu de 0,504 para 0,505 entre 2012 e 2013. Quanto mais próximo de zero, melhor é a distribuição da renda do país.
Em ambos os casos, foi o primeiro aumento desde 2001, período para o qual o IBGE tem dados disponíveis sob o novo modelo da Pnad.
Mas os levantamentos anteriores com base em dados do próprio instituto oficial de estatística apontavam para uma melhora contínua desde 1995, mais forte nos primeiros anos do Real e no primeiro governo Lula.