Requião Filho afirma que MDB municipal precisa se reestruturar
O deputado estadual Requião Filho esteve ontem em Paranavaí. Visitou o Diário do Noroeste e falou sobre o atual cenário político do Paraná. Também avaliou a situação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em âmbito local, e disse que o partido precisa se reposicionar.
Para isso, é necessário buscar novas filiações e ter certeza de que os emedebistas compreendam que o trabalho deve ser voltado para o desenvolvimento do município e do estado. “[O partido] não pode ser usado para projetos pessoais de poder e intenções imediatistas”.
O deputado estadual afirmou que em nível estadual, o MDB tem propostas que visam à retomada do crescimento econômico. Citou a saúde, a educação e a agricultura familiar como algumas prioridades para a elaboração do plano de governo do candidato que defenderá a sigla nas eleições deste ano.
Ele não informou quem estará à frente na corrida pelo Governo do Estado, mas destacou que se for necessário o senador Roberto Requião, pai do deputado estadual, concorrerá ao cargo. “O Paraná precisa de uma nova ‘cara’. Não é o Beto [Richa, ex-governador], não é a Cida [Borghetti, atual governadora] e não é o Ratinho Junior [pré-candidato a governador]”.
Requião Filho defendeu a postura do pai em relação ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Garantiu que o senador não é petista e não tem ligações com o Partido dos Trabalhadores. “Ele é contra os excessos e a pirotecnia de alguns envolvidos na [Operação] Lava Jato. Ele é a favor do combate à corrupção e da justiça para todos”.
PRESIDÊNCIA – O deputado estadual afirmou que as relações políticas com o presidente Michel Temer, também do MDB, estão comprometidas. Além de não compactuar com os posicionamentos assumidos anteriormente pelo correligionário, Requião Filho disse que não concorda com a indicação do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como pré-candidato à Presidência.
Ele criticou a atuação de Meirelles à frente do conselho de administração do Grupo J&F, controlador da JBS. Naquela época, a empresa esteve envolvida em casos de pagamento de propina para políticos.
“Se ele sabia e aprovou, é corrupto. Se não sabia, é incompetente. Precisa se explicar”. De qualquer forma, analisou Requião Filho, não pode ser presidente da República.
ESTADO SOCIAL – O parlamentar paranaense defendeu um governo que atenda os interesses sociais, com políticas públicas efetivas e que garantam prestação de serviços de qualidade. Nesse sentido, avaliou que é preciso fortalecer setores essenciais, como saúde, educação e segurança.
Manifestou-se contra o argumento do estado-mínimo, que, na avaliação dele, favorece unicamente o mercado capital. Na opinião de Requião Filho, o Estado atuante permite benefícios para a população, especialmente a mais vulnerável, e garante o desenvolvimento de pequenos empresários e agricultores familiares.
Tudo isso, enfatizou o deputado estadual, faz com que a economia cresça. Não se trata de comunismo, como há pessoas que insistem em dizer, mas de um Estado de bem-estar social que proporcione oportunidades para todos.
A VISITA – Durante a passagem pelo Diário do Noroeste, Requião Filho esteve acompanhado pelo vereador de Paranavaí Lucas Barone, também do MDB. Eles e os correligionários foram recebidos pela jornalista Tânia Mara Bogoni e por Saul Bogoni.