Revendas estão em dificuldades para repassar aumento do gás de cozinha

Reajuste inesperado de 9,8% por parte da Petrobras e a dificuldade do repasse da majoração para o consumidor final. Estes são dois assuntos que devem figurar na pauta da reunião do núcleo setorial das revendas de gás de cozinha, grupo da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap). 
O encontro está marcado para 14h desta terça-feira.
A presidente do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo – Sinegás, Sandra Ruiz, confirma o momento de dificuldade das revendas. Diz que as empresas tentam repassar os reajustes, mas não conseguem, seja por resistência por parte do consumidor ou pela forte concorrência. 
O reajuste acontece no momento em que outros combustíveis (gasolina, por exemplo), vive momento de redução de preços. Sandra analisa que o aumento é resultado da política recente do Governo de retirar o subsídio existente para o botijão de 13 quilos (o único com preço majorado). 
Ela lembra que por conta da política governamental, o gás não subiu de preço nos últimos anos. Os reajustes anuais, que acontecem em setembro, decorrem dos aumentos salariais dos funcionários e de outros custos das revendas, mas não do produto.  
Diante da forte concorrência, Sandra Ruiz orienta as empresas, que devem ficar atentas ao custo fixo antes de estipular o preço de varejo do botijão. “Não adianta vender por preço que não cubra os custos fixos”, resume. Ela complementa que o gás não tem prazo de validade.
Ela também demonstra preocupação com a forma de divulgação por parte da Petrobras. A companhia estimou em R$ 1,66 o aumento para o consumidor final, o que não corresponde à realidade, aponta. 
Tanto que a Asmirg – Associação Brasileira das Revendedoras de GPL, divulgou nota na semana passada mostrando preocupação. Também atuou junto ao Governo, falando do risco de desabastecimento e o que considera distorções na forma de divulgação por parte da Petrobras. 
O Procon de Paranavaí fez pesquisa de preços nas revendas da cidade semana passada. Conclui que a diferença de preço pode chegar a 16,67%. O botijão é encontrado a R$ 60,00 o menor preço e a R$ 70,00 o maior para retirar no local. Para entrega as variações vão de R$ 63,90 a R$ 70,00.  
Com isso, fica caracterizado que as revendas conseguem repassar para o consumidor apenas parte do aumento estipulado pela petrolífera, conforme relataram os seus representantes na semana que passou.