Revendedoras de gás enfrentam momento de dificuldades, diz presidente do Sinegas

REINALDO SILVA
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A dificuldade é gigantesca. O momento é de preocupação. Assim a presidente do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo de Maringá e Região (Sinegas), Sandra Ruiz, definiu a situação das revendedoras em todo o país. “Não conseguem mais vender como há um ano.”
Segundo ela, “esse caos no setor vem se arrastando por dois anos”, desde que o governo do então presidente Michel Temer alterou a política de preços conduzida pela Petrobras, aplicando frequentes reajustes, de acordo com os valores do petróleo praticados no mercado internacional.
Além disso, a partir de 1º de setembro deste ano, os empresários tiveram de fazer mais uma adequação aos custos mensais, com a elevação de 4% sobre a folha de pagamento, conforme o dissídio salarial da categoria. 
Soma-se a esses percalços o fato de o inverno na região ter sido de temperaturas mais altas do que o esperado. De acordo com Sandra Ruiz, o frio faz aumentar o consumo de gás, proporcionando maior volume de vendas do produto. Sem essa condição, os empresários tiveram resultados negativos.
A solução encontrada por parte dos revendedores de gás de cozinha é reduzir os preços finais aos consumidores. Funciona para empresas de médio e grande porte, apesar da redução na margem de lucros. No caso das revendedoras menores, os efeitos são diferentes: “Vão se embolando em dívidas e acabam fechando”, disse a presidente do Sinegas.
REDUÇÃO – Sandra afirmou que uma redução no preço do gás liquefeito de petróleo é esperada para março de 2020, conforme anúncio feito pelo Governo Federal. Confirmada e devidamente aplicada, garantirá alívio ao setor.
Mas é preciso esperar até lá para saber se a decisão será cumprida. Até agora, disse a presidente do Sinegas, o que o governo fala não condiz com a realidade. É que apesar de definir reduções nos preços para as distribuidoras de gás, as mudanças não chegam às revendedoras. Se isso acontecesse, de fato, o preço do botijão estaria pelo menos R$ 3 mais baixo, calculou Sandra Ruiz.
PREÇOS – No final de agosto, o Procon de Paranavaí divulgou uma pesquisa de preços do gás de cozinha. Na ocasião, identificou diferença de até 20,03% nos valores cobrados pelo botijão de 13 quilos, normalmente utilizados nas residências. O mais barato, R$ 69,90. O mais caro, R$ 83,90.
Na tarde de ontem a equipe do Diário do Noroeste entrou em contato com algumas revendedoras de Paranavaí e verificou os preços praticados atualmente para o mesmo botijão de 13 quilos. Os valores registrados foram de R$ 70 a R$ 78.