Rogério defende investimento em ferrovias e hidrovias e alerta que insatisfação continua
Ao fazer uma análise dos dez dias de greve dos caminhoneiros, o ex-prefeito de Paranavaí, Rogério Lorenzetti (PSD), defendeu a necessidade do Brasil fazer investimentos em transportes alternativos ao rodoviário e alertou que a insatisfação que levou a população a apoiar o movimento ainda continua. “Se as causas continuam a existir, a insatisfação também não foi debelada”, disse ele.
Lorenzetti disse que o movimento mostrou a vulnerabilidade do país pela sua dependência do transporte rodoviário. “Se por qualquer razão faltar combustível no país por quinze dias ou os caminhões pararem ficaremos sem itens essenciais para a nossa sobrevivência”, advertiu.
Ele mostra que até a segurança nacional está em risco com esta dependência. “No caso de uma guerra basta nossos inimigos interromper o fluxo de caminhões e estaremos vencidos”, exemplifica.
Uma das lições que a greve dos caminhoneiros deixou é, segundo o ex-prefeito, a necessidade de “investimentos púbicos e privados em alternativas de mobilidade. O país precisa rever sua logística de transporte de cargas e pessoas”.
Aponta a necessidade do governo priorizar a construção de novas ferrovias, incentivar e dar condições para o transporte hidroviário e investir mais nos metrôs. “Precisamos ter novos modais de transporte, o Brasil precisa despertar para isso”, alerta o ex-prefeito.
De outro lado, Lorenzetti disse que o apoio da sociedade ao movimento dos caminhoneiros aconteceu em decorrência da justa reivindicação, “mas sobretudo, pela insatisfação que toma conta da população brasileira, que não aguenta mais a crise econômica e a corrupção”.
Segundo ele, o retorno da rotina no Brasil, depois da movimentação, não passa de um calmaria enganosa. “Esta normalidade não é real, é só aparente. A insatisfação continua generalizada. Estamos vivendo num barril de pólvora”, acrescenta.
Para o ex-prefeito, que é pré-candidato a deputado federal, as concessões feitas aos caminhoneiros serão cobradas de outra forma. “O que o Governo deu, vai retirar dos caminhoneiros quando eles se tornam consumidores. A folga financeira proporcionada pela redução do custo de combustível será tomada quando o caminhoneiro for ao supermercado, por exemplo”.
Lorenzetti diz que a solução definitiva seria cortar despesas. “Em vez da reoneração da folha de pagamentos, o governo tinha que reduzir ministérios e cargos comissionados, diminuir pessoal, acabar com desperdícios, combater eficazmente a corrupção. Aí sim, a concessão dada aos caminhoneiros seria real, com a possibilidade de amenizar os custos também para a população em geral”, defende.