Rogério faz gol contra, e time paulista perde

Os 13 primeiros minutos do São Paulo desta quarta-feira em Recife foram de terror a Ney Franco.
Apesar dos elogios ao volante Casemiro, que na rodada anterior atuou improvisado na zaga, o técnico iniciou o jogo ante o Náutico com o criticado João Filipe ao lado Rhodolfo e Rafael Tolói.
Com só seis minutos, porém, o beque fez falta e recebeu cartão amarelo. Bastou para que fosse substituído justamente por Casemiro.
Não deu nem tempo de a mudança esboçar resultado: Kieza, de dentro da área, bateu no gol, mas Rafael Tolói abriu os braços e tocou a bola com a mão. Pênalti, convertido pelo próprio Kieza.
Era só uma amostra da desastrada noite são-paulina no estádio dos Aflitos. Tão trágica que terminaria com um improvável gol contra de Rogério, o último nos 3 a 0 aplicados pelo Náutico quarta.
Foi a terceira derrota seguida do time no campeonato, a quinta sob o comando de Ney Franco. A derrota também coloca mais luz sobre o fraco desempenho da defesa tricolor sob a nova administração.
Com os gols de quarta-feira, já são 14 sofridos em nove jogos. Até o comando ser trocado, o São Paulo havia sido vazado nove vezes em oito partidas. Nesse período, deixou a quinta posição e agora é oitavo.
Para piorar, Rhodolfo recebeu o terceiro cartão amarelo e não enfrentará a Ponte Preta, no sábado.
"Nossa reação [para buscar vaga entre os quatro primeiros] está retardada. Mas temos um jogo em casa agora e precisamos fazer valer o mando", disse Franco.
Para quem achava que nada mais de ruim poderia acontecer após aqueles problemáticos 13 minutos iniciais, o horror continuou.
O São Paulo até conseguiu se acalmar, tocar a bola. Só não conseguiu superar outro erro. Numa disputa de bola, Rhayner ganhou de Douglas e bateu para a defesa de Rogério, que deu rebote. Araújo aproveitou e ampliou.
O segundo tempo continuou na mesma toada, com o Náutico melhor, mais incisivo, e o São Paulo desorganizado. A equipe da casa teve boas oportunidades, mas só chegou ao terceiro gol em lance bizarro: num escanteio, aos 16min, Rogério deixou o gol para tirar a bola de soco.
Mas o goleiro, no meio da confusão que se formou na pequena área, errou o movimento e desviou a bola para dentro do próprio gol.
Ney Franco tentou mexer, trocou Jadson por Willian José, mas, depois de ver seu goleiro anotar um gol contra, nada mais daria jeito.

Má pontaria
Rogério explicou a derrota pelo volume de jogo do rival. "Eles finalizaram mais." De fato, a meta são-paulina foi alvo fácil do Náutico: foram 21 chutes a gol, 11 deles no alvo, segundo o Datafolha. Do outro lado, a eficiência foi bem menor 16 finalizações, só três certas.
 
NÁUTICO
Gideão; Patric, Marlon, Ronaldo Alves e Douglas Santos (Lúcio); Elicarlos (Ramirez), Martinez, Souza e Rhayner; Araújo e Kieza. Técnico: Alexandre Gallo
 
SÃO PAULO

Rogério; João Filipe (Casemiro), Rafael Tolói e Rhodolfo; Douglas (Paulo Assunção), Denilson, Maicon, Jadson (Willian José) e Cortez; Ademilson e Cícero. Técnico: Ney Franco