Rosemary é suspeita de tentar obter diploma falso para ex-marido

SÃO PAULO – A Polícia Federal suspeita que Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, tenha recorrido ao esquema investigado na Operação Porto Seguro para obter um diploma de curso superior falso para que o ex-marido, José Claudio de Noronha, conseguisse ser contratado pela BB Seguros.
Rose, conforme e-mails apreendidos pela PF, pediu o documento falso ao ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) Paulo Vieira, em 2009.
O ex-marido apresentou declaração de propósito para exercer cargo no conselho da seguradora em junho de 2009.
Vieira é considerado o cabeça da suposta quadrilha, que fazia lobby em órgãos do governo federal para grandes empresas.
O diploma foi expedido pelo Cesd (Centro de Ensino Superior de Dracena), cidade no interior de São Paulo, onde Vieira fez especialização e depois passou a dar aulas.
Além do ex-marido, o ex-auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Cyonil Borges, delator do esquema á PF, também teria recebido documentos falsos da instituição.
Vieira também é suspeito de ter conseguido o registro no Ministério da Educação. Nesta semana, a Folha revelou que Vieira tinha acesso a uma senha sigilosa de funcionário do MEC.
Durante a investigação, a Justiça Federal em São Paulo determinou a apreensão de cópias do histórico escolar de José Claudio de Noronha e Cyonil em Dracena. Também foi apreendido o processo de contratação do ex-marido de Rose no Banco do Brasil, na avenida Paulista, em São Paulo.
Em depoimento à PF de Campinas, um ex-funcionário do Cesd, o tecnólogo Kleber Edmond Silva, afirmou que Paulo Vieira defendia, como advogado, os interesses da instituição em Brasília (DF).