Rubens Bueno busca seu quarto mandato e analisa governo Temer

“Sou dessa região, minha base é o Noroeste”. É o que afirma Rubens Bueno (PPS), 70 anos, que já foi prefeito de Campo Mourão, deputado estadual (2 vezes) e agora busca seu quarto mandato como deputado federal. Ou seja: já tem sete mandatos, 35 anos de vida pública.
Em visita ao Diário do Noroeste, ontem, o parlamentar falou de seu trabalho para dar fim nos supersalários do judiciário, da reforma da Previdência Social, e comentou sobre o governo Michel Temer, a quem considera ser um “presidente fraco”.
Sobre a campanha, espera ser reeleito, destacando a receptividade nas cidades da região. A campanha eleitoral neste ano é curta, e vê o lado positivo – os gastos de campanhas são menores. “O lado negativo é que aqueles que são pouco conhecidos terão mais dificuldades de se fazer conhecer em um curto período”.
Há na política falta de renovação de lideranças, em maior número, o que Rubens Bueno concorda. Lembra que sua geração foi formada no tempo da ditadura militar e hoje, na democracia, tudo é mais fácil.
“Nós, na juventude, nas escolas e na faculdade, éramos do enfrentamento por eleições livres. Isso nos formou no embate. Você formado no embate tem mais firmeza na condução daquilo que vai fazer. Na democracia, acham que tudo é fácil, as lideranças nascem e desaparecem”.
Para o deputado federal, hoje o Brasil enfrenta uma “coisa extremada” na campanha eleitoral, com o Bolsonaro de um lado e o PT de outro. “Essa coisa extremada não sei o que vai dar”.
Analisando o candidato Bolsonaro, disse que ele representa “o desgaste do mundo da política. O PT fez um estrago, não só na corrupção, mas de tirar a esperança do povo brasileiro. Deu nisso. E o legado do PT é Michel Temer. Em 92 eu estava lá, e cassamos o Collor. Em 2016, a Dilma. E duas vezes tentamos afastar o Temer em 2017. Não conseguimos”.
O deputado diz ser a favor da reforma da Previdência para acabar com os privilégios, principalmente daqueles que ganham muito e que se aposentam cedo. “O teto é de R$ 5.538 mil, e esse teto é extrapolado. A previdência pública abraçou os servidores públicos e deu nisso. Dinheiro público é para quem ganhar o teto”.
“CHEIRA MAL” – O deputado federal Rubens Bueno é relator do projeto que corta uma série de “penduricalhos” nos salários de autoridades e funcionários de alto escalão, regulamentando o teto salarial dos servidores públicos.
Afirmou há alguns dias que é no mínimo estranha a negociação entre o presidente Michel Temer e ministros do STF para garantir o aumento salarial de 16,38% no contracheque dos magistrados.
“Cheira muito mal um presidente investigado por corrupção negociar com integrantes da mais alta Corte do país a viabilização de um aumento salarial que eles mesmo se concederam. Ainda mais num cenário que o governo alega falta de recursos para os mais básicos investimentos públicos em saúde, educação e segurança. Chega a ser uma irresponsabilidade de ambas as partes”, criticou Rubens Bueno.
Rubens Bueno considera Michel Temer um presidente fraco, desmoralizado. “Um presidente tem que ter autoridade moral para dizer o caminho a ser seguido, qual a reforma a ser feita”.
O parlamentar lembra que a Constituição “fala que no serviço público ninguém pode ganhar mais do que o ministro do Supremo, e no entanto 71% ganham mais do que um ministro. A gente coloca limites a tudo isso para não ultrapassar o teto remuneratório”, afirmou o deputado ontem no DN, sendo recebido pela jornalista Tânia Bogoni.