Rússia pode representar “revolução” para carnes do Brasil, diz Agricultura
SÃO PAULO – O mercado da Rússia deverá ganhar ainda mais importância para as carnes brasileiras após o país colocar embargo a produtos dos Estados Unidos. A crise política também afeta a União Europeia.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, disse ontem que a situação pode representar uma "revolução" para a indústria brasileira, comparável à que a China provocou nas exportações de soja do Brasil na última década.
Na quarta, os russos anunciaram a suspensão da importação de matérias-primas de países que decidiram sancioná-la por causa do conflito no leste da Ucrânia. Adotada para "proteger os interesses nacionais", a medida vale por um ano.
Mais cedo, o serviço sanitário russo ampliou de 30 para 90, aproximadamente, o número de frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne bovina, suína e de frango ao país. Isso mostra a intenção do governo de substituir as importações dos países com os quais está em crise pelas brasileiras.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a maior oportunidade para o Brasil está na carne de frango. O país poderia aumentar as suas exportações das atuais 60 mil toneladas para 210 mil em um ano, ao ocupar parte do espaço deixado pelos EUA. Ainda poderia abocanhar também parte das exportações da UE, estimadas em 40 mil toneladas.
Caso o Brasil consiga vender esse volume adicional de 150 mil toneladas, acrescentaria US$ 300 milhões de receitas à balança comercial.
No caso da carne suína, os produtores poderão não responder imediatamente ao apetite russo porque demanda e produção estão ajustadas internamente.
Para a carne bovina, que tem a Rússia entre os principais importadores, a boa notícia é a abertura do mercado de miúdos. A necessidade russa poderá, aliás, provocar um aumento de preços, roubando o espaço de mercados que pagam menos, inclusive o consumidor brasileiro.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, disse ontem que a situação pode representar uma "revolução" para a indústria brasileira, comparável à que a China provocou nas exportações de soja do Brasil na última década.
Na quarta, os russos anunciaram a suspensão da importação de matérias-primas de países que decidiram sancioná-la por causa do conflito no leste da Ucrânia. Adotada para "proteger os interesses nacionais", a medida vale por um ano.
Mais cedo, o serviço sanitário russo ampliou de 30 para 90, aproximadamente, o número de frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne bovina, suína e de frango ao país. Isso mostra a intenção do governo de substituir as importações dos países com os quais está em crise pelas brasileiras.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a maior oportunidade para o Brasil está na carne de frango. O país poderia aumentar as suas exportações das atuais 60 mil toneladas para 210 mil em um ano, ao ocupar parte do espaço deixado pelos EUA. Ainda poderia abocanhar também parte das exportações da UE, estimadas em 40 mil toneladas.
Caso o Brasil consiga vender esse volume adicional de 150 mil toneladas, acrescentaria US$ 300 milhões de receitas à balança comercial.
No caso da carne suína, os produtores poderão não responder imediatamente ao apetite russo porque demanda e produção estão ajustadas internamente.
Para a carne bovina, que tem a Rússia entre os principais importadores, a boa notícia é a abertura do mercado de miúdos. A necessidade russa poderá, aliás, provocar um aumento de preços, roubando o espaço de mercados que pagam menos, inclusive o consumidor brasileiro.
CONTEXTO
Na semana passada, a UE e os EUA anunciaram uma série de sanções a Moscou na área de finanças, tecnologia e defesa, como forma de pressão contra seu apoio aos separatistas do leste ucraniano.
A Rússia negocia o equivalente a R$ 6 bilhões anuais em frutas e vegetais de europeus. A importação de alimentos dos EUA é de R$ 3 bilhões.
A tensão na região começou no começo do ano, após a queda do então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, aliado de Putin.