Santa Casa de Paranavaí busca alternativas para fugir da crise

Este ano, 308 hospitais, entre públicos e filantrópicos, fecharam suas portas no país. E no Paraná, oito hospitais, de médio e grande porte estão sob intervenção. Estes são alguns resultados dramáticos que os hospitais públicos estão enfrentando em decorrência das dificuldades econômicas que atravessa o país, informou a assessoria de imprensa da Santa Casa de Paranavaí.
“Só de um plano de saúde, estamos perdendo mais de R$ 100 mil/mês. Em alguns meses o faturamento caiu R$ 200 mil. Nosso déficit em relação a receitas de convênio e particulares nos últimos meses já passa dos R$ 600 mil”, informou o diretor-geral da Santa Casa, Héracles Alencar Arrais, durante reunião de diretoria na quarta-feira, dia 21.
“A Santa Casa está mantendo as portas abertas graças a ajuda de custeio que recebemos do Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde”, complementa o presidente Renato Augusto Platz Guimarães.
Para complicar, houve atraso em algumas parcelas do Governo do Estado, “mas esta situação já foi resolvida graças ao apoio do secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, que tem sido um grande parceiro da Santa Casa. De qualquer forma, por algum momento, esta situação ajudou a agravar o momento de turbulência que estamos vivendo”, complementou Arrais.
ALTERNATIVAS – O presidente Renato Guimarães esclareceu que as receitas decorrentes de atendimento particular e de convênios são de extrema importância para a saúde financeira da Santa Casa.
“A tabela do SUS está defasada há muitos anos. Ela não paga os custos dos procedimentos. Isto significa que, quanto mais atende o SUS, mais prejuízo o hospital tem. E o hospital tem mantido em média 80% de atendimento público (por lei seria 60%). São os atendimentos de convênios e particulares que cobrem o déficit. E agora recebemos este baque com a queda destas receitas”, diz ele.
A queda da receita decorre de trabalhadores que perderam empregos e, por consequência, planos de saúde, desistências do plano de saúde e falta de recursos para pagamento particular.
Para enfrentar esta situação, a diretoria vem promovendo ações alternativas de arrecadação, da terceirização de estacionamento e ações relativas ao aniversário do hospital, como o Nota Paraná, cofre de moedas, rifa de um carro, doação na conta de água e outras opções.
“O momento é de dificuldades, mas a sociedade sempre tem colaborado com a nossa instituição e não tenho dúvidas de que vai continuar colaborando. Vamos sair deste momento delicado e fazer ainda mais investimento para que possamos continuar fazendo da Santa Casa um dos melhores hospitais do Paraná”, confia Renato Guimarães.
PREFEITO AGRADECE – Suplente da atual diretoria, o prefeito Rogério Lorenzetti participou da reunião para agradecer “a maneira eficiente como a Santa Casa foi gerida nestes anos em que estive à frente do Executivo Municipal”.
O prefeito lembrou que o hospital é um dos principais equipamentos públicos do município e que sua condução de forma responsável, honesta e competente garante um trabalho de excelência à população. “As pessoas elogiam muito a Santa Casa, principalmente aquelas que precisaram dos seus serviços”, disse Rogério Lorenzetti, que semana que vem estará deixando o cargo.