Santista Thiago Maia passa distante da linha dos boleiros ostentadores

SÃO PAULO – Santos e Audax deverão ter todos os titulares no primeiro duelo entre os times pelo título do Campeonato Paulista, em Osasco. A partida acontece neste domingo (1), às 16h.
No Santos, a principal dúvida é o zagueiro David Braz, que se recuperou de um entorse no tornozelo, mas fez apenas um treino, na sexta-feira (29).  Se ele for vetado, o técnico Dorival Júnior disse que o substituto será Lucas Veríssimo, 20, que já atuou entre os titulares neste ano.
No Audax, não há nenhum desfalque e o time deve ser o mesmo que superou o Corinthians nos pênaltis em Itaquera após um empate em 2 a 2.
THIAGO MAIA – A carne de Thiago Maia não é fraca. Atlético, famoso, bem de vida, o roraimense de 19 anos passa distante da linha dos boleiros ostentadores, que marcam presença em baladas da moda exibindo brincos cravejados de diamantes e correntes platinadas.
Titular do Santos que disputa a final do Paulista contra o Audax, Maia evita os "pecados" nas suas noites de sexta-feira. Na companhia do centroavante Ricardo Oliveira, pastor da evangélica Assembleia de Deus, ele viaja de Santos para a capital para passarem a madrugada cantando hinos e orando em uma igreja paulistana, ao lado de outros fiéis.
"Vamos para o morro, um lugar mais alto em São Paulo, e depois chegamos ‘varados’ para treinar no sábado. Oramos, cantamos hinos, louvamos a Deus da meia-noite às 7 da manhã. Existe muita inveja sobre quem está no futebol", conta, acrescentando que não fica cansado por isso, mas motivado.
Para ele, foi a fé que o salvou da rotina sofrida de sua infância e adolescência, quando passou fome e dormiu no chão logo após chegar a São Paulo, aos 13 anos.
"Morei por um tempo com um casal de amigos e dormia em um colchão de ar, que furou. Eu não tinha dinheiro para comprar cola ou remendo, então dormia nele murcho. Acordava todo dolorido. Nessa época, não sabia cozinhar e tentei aprender sozinho. Queimei arroz, linguiça e não tive mais o que comer…", relembra. "Mas tudo bem. Jogador de futebol tem que ter história para contar."
Com multa rescisória de € 50 milhões (R$ 220 milhões) e salário de cerca de R$ 200 mil, hoje ele desfruta do conforto financeiro pagando as passagens aéreas para que os amigos de sua terra natal venham visitá-lo. Recatado, Maia também se distrai indo à Vila Belmiro assistir aos jogos dos garotos das categorias de base.
"Eu ficava empolgado demais quando algum [jogador] profissional me assistia treinando. Tento dar uma força para os meninos, porque a vida no futebol não é fácil."
Ele também se devota à própria beleza. A todo tempo, ele brinca ao dizer que é conhecido no clube como "gato", "bonito", "lindão".
"Sou muito vaidoso. Às vezes, levo duas horas para me trocar, principalmente escolhendo roupas… Uso sempre preto", diz, apontando Neymar como sua referência de moda.
Sobre o Audax, Maia tem duas análises: a de adversário e a de torcedor de futebol.
"Temos que tomar cuidado, já perdemos para o Ituano [em 2014].No treino, simulamos um jogo contra eles [Audax] e já foi chato. Imagina no jogo? Eles não guardam posições, o goleiro sai da área… É um estilo muito bonito e impressionante."

AUDAX
Sidão; Tchê Tchê, A. Castro, B. Silva e Velicka; Yuri, Camacho e Juninho; Mike, Ytalo e B. Paulo. T.: F. Diniz
SANTOS
Vanderlei; V. Ferraz, D. Braz, G. Henrique e Zeca; Renato, T. Maia, Vitor Bueno, L. Lima e Gabriel; Ricardo Oliveira
T.: Dorival Junior
Estádio: Pref. José Liberatti, em Osasco (SP)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza
TV: Globo (para SP), Band e SporTV