Secretaria da Saúde suspende venda de leite sob suspeita

CURITIBA – A Secretaria Estadual da Saúde determinou a suspensão da venda de dois lotes do Leite UHT Integral, da marca Líder. A orientação é que quem já adquiriu o produto também suspenda o consumo imediatamente.
A medida foi tomada após o Ministério da Agricultura informar irregularidades em unidades dos lotes “Lob 04 D 06:00”, fabricado em 13/02/2014, e “Lob 18 C 04:01”, fabricado em 14/02/2014. Ambos os lotes foram produzidos no Estado do Rio Grande do Sul e distribuídos no Paraná.
A interdição cautelar dos lotes determina que o comerciante recolha o produto irregular que porventura ainda esteja à venda. Já as pessoas que têm o leite em casa devem evitar o consumo e buscar os seus direitos de consumidor junto ao local onde comprou o produto.
A denúncia partiu do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que desde o ano passado investiga casos de fraude na cadeia produtiva do leite produzido no Estado. Segundo o órgão, 199 mil litros de leite adulterado foram enviados à unidade da LBR Alimentos em Lobato, no Norte do Paraná.
A adulteração do leite ocorre por meio do uso de ureia, que contém formol e pode causar sérios danos à saúde do consumidor. A ureia é utilizada para mascarar a adição de água ao leite, o que aumenta o volume do produto.
Se o leite adulterado for consumido em grandes quantidades ou por um longo período de tempo, a intoxicação por formol pode até causar câncer.
Desde 2013, o Governo do Estado reforçou o sistema de monitoramento da qualidade do leite produzido e comercializado no Paraná. Além da fiscalização na etapa de produção, o Estado ampliou o trabalho realizado na etapa final, quando o produto já está disponível à venda em supermercados.
“Após a confirmação da venda de leite fraudado no Paraná, em maio do ano passado, incluímos a análise de adulterantes no processo de fiscalização. Isso permite que verifiquemos se houve mudanças na qualidade do leite durante a etapa de transporte entre o laticínio e o comércio”, explica a coordenadora da divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos, Karina Ruaro.