Secretário de Saúde diz que vencer a dengue é prioridade em Paranavaí
Em entrevista ao Diário do Noroeste, Souza disse que não esperava encontrar um cenário tão preocupante. “Não imaginei que poderia chegar a este ponto”. Por isso, foi preciso mudar a estratégia de trabalho que queria ter adotado logo nos primeiros dias à frente da Secretaria de Saúde.
Souza revelou que gostaria de ter ido a todas as unidades básicas de saúde. Queria ter se reunido com as equipes que formam o quadro de funcionários da Secretaria de Saúde. Tinha a intenção de visitar autoridades locais para conversar sobre saúde pública. O resultado seria uma ampla avaliação do que poderia ser feito para otimizar os serviços prestados à população.
No entanto, ainda não pode concretizar os objetivos exatamente por causa das ações emergenciais de combate à dengue. “É um problema inesperado que me obrigou a mudar de foco”, disse o secretário de Saúde. “Vencer a dengue é nossa prioridade agora”.
Só para se ter uma ideia, o número de pacientes que buscaram serviços médicos no Pronto Atendimento Municipal chegou a 206 no sábado; mais de 40 pessoas estavam com sintomas de dengue. No domingo a situação foi semelhante. Na tarde de ontem o movimento também foi grande, a maioria dos pacientes com suspeita de dengue.
Para evitar que haja problemas de superlotação no PA por causa de pessoas com sintomas da doença, a partir de hoje a administração municipal conta com um espaço exclusivo para atender esses casos.
Administração municipal pede apoio aos empresários no combate à dengue
Ontem, o secretário de Saúde de Paranavaí, Agamenon Arruda de Souza, reuniu-se com o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Guto Costa, para pedir apoio nas ações de combate à dengue.
Segundo Souza, o maior número de casos da doença se concentra no centro da cidade, onde está grande parte dos estabelecimentos comerciais. “Se todos os empresários se envolverem nesta ação para enfrentar a dengue, teremos resultados muito positivos”, disse o secretário.
A preocupação dele e do presidente da Aciap é com os problemas econômicos que uma epidemia de dengue causaria em Paranavaí. Em primeiro lugar por causa do grande número de colaboradores afastados do trabalho por estarem com a doença. Outra situação negativa é o fato de muitas pessoas da região deixarem de prestigiar o comércio local, com medo de contraírem dengue.
Costa lembrou que há dois anos a classe empresarial se mobilizou para vencer a dengue. “Fizemos um grande arrastão no centro da cidade e tivemos o apoio dos empresários”, disse o presidente da Aciap. “Vamos repetir a ação este ano”, garantiu.
Nos próximos dias, lideranças de Paranavaí deverão se reunir para tratar sobre a dengue. A expectativa é que toda a sociedade civil entre na guerra contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Onda de dengue pode avançar para outros municípios da região
Uma epidemia de dengue tomou conta de São Carlos do Ivaí. Só neste ano já são 108 notificações de casos da doença, com 16 confirmações. 92 pessoas ainda aguardam resultados de exames laboratoriais. A título de comparação, durante todo o ano de 2012 o município somou 221 notificações, resultando em 152 casos positivos.
Paranavaí também apresenta um quadro preocupante. Se em 2012 foram 265 notificações, com 112 casos positivos de dengue, os primeiros dias de 2013 apontam para uma situação de perigo: 51 notificações e 13 confirmações da doença.
Outros municípios da região merecem atenção especial no combate à dengue. Segundo números da 14ª Regional de Saúde, de novembro até a tarde de ontem foram confirmados dois casos da doença em Amaporã, três em Paraíso do Norte, um em Loanda, um em Santo Antônio do Caiuá e um em Terra Rica.
A chefe da divisão de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, Nilce Casado, informou que em Terra Rica houve oito notificações de casos suspeitos da doença só nesta semana. E como há um caso confirmado, o risco de haver outras pessoas contaminadas é grande.
A orientação é que as pessoas com sintomas da doença procurem o serviço público para que as providências sejam tomadas devidamente. Nilce disse que quando a Secretaria Municipal de Saúde é informada, pode atuar no combate à dengue fazendo o bloqueio da área onde o caso aconteceu, além de orientar os moradores da localidade sobre como devem proceder para evitar a doença. (RS)
Medidas simples evitam a proliferação da dengue
Chefe da divisão de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, Nilce Casado diz que medidas simples evitam a proliferação do mosquito transmissor da doença. Fazer a limpeza de calhas, bandejas de geladeiras e climatizadores é essencial para evitar a reprodução do Aedes aegypti, que deposita os ovos em locais onde há água parada.
Nilce reforça que não é possível vencer a dengue sem a participação dos moradores. “O poder público é um apoio. A limpeza de casa é responsabilidade do cidadão”, afirma a chefe da divisão de Vigilância Sanitária.
Segundo Nilce, até abril o número de casos de dengue em toda a região pode ter um crescimento muito grande, por se tratar de um período chuvoso e quente, condições climáticas que favorecem a reprodução do mosquito transmissor da doença. (RS)