Segurança pública, desafio a ser enfrentado

Rogério J. Lorenzetti*

Nossa sociedade não suporta mais viver em apreensão. Andar na rua, ter um estabelecimento comercial ou outra atividade produtiva se tornou um desafio permanente, nas questões relativas à segurança.
Os empresários, além de enfrentar a burocracia estatal, pagar impostos abusivos e outros encargos, têm que providenciar sistemas de segurança.
Alguns contratam vigilância armada, caríssima e pouco eficiente, pois hoje os bandidos contam com arsenais poderosos e enfrentam até a polícia em igualdade, quando não superando os recursos materiais à disposição da mesma. Isso gera custos adicionais que serão pagos pelo povo através do preço dos produtos e serviços.
O prejuízo causado à sociedade, por vezes ceifando vidas preciosas, é alto e deixa toda a população apreensiva, sem saber quando e onde será a próxima ocorrência e quem será a vítima. Urgem providências relacionadas ao sistema legal, investigação mais efetiva, polícia equipada e treinada para o enfrentamento do crime organizado.
Concomitante a isso, políticas públicas relacionadas a atenção à criança e ao adolescente, com atividades complementares ao ensino regular, ocupando o tempo ocioso com lazer, cultura e esportes. Proteção às famílias em situação de risco, valorização da atividade religiosa, saúde e desenvolvimento (relacionado ao emprego), formação profissional e aumento da renda familiar são, entre outras ações, promotores da paz social.
Na esfera local (embora a repressão policial esteja a encargo do estado) medidas importantes, relacionadas às atividades do município, podem ser tomadas, tais como: criação da Guarda Municipal, rebaixamento e melhoria do sistema de iluminação pública, escolas municipais em tempo integral, atividades culturais e esportivas de contraturno para os jovens nas escolas de segundo grau (sob a responsabilidade do estado), atendimento à saúde mais efetivo, creches que cuidem das crianças para disponibilizar às mães o acesso ao mercado de trabalho, gerando renda às famílias e riqueza para a comunidade.
Tudo isso e mais pode ser feito, bastando vontade política e ação de governo. No campo federal, a adequação das leis no sentido de punir adequadamente as ações criminosas e melhorar o sistema prisional dando possibilidade de trabalho (para pagar custos da sua manutenção) e instrução àqueles que, por motivos diversos, cumprem penas restritivas de liberdade, retirando a pecha de "universidade do crime" como são conhecidas as nossas prisões. Hoje, o sistema prisional não possibilita uma reinserção adequada do apenado, que volta mais perigoso ao convívio da sociedade.
Enfim, são muitas as possibilidades para melhorar a segurança, mas, para tanto, temos que colocar as pessoas certas no lugar certo, a começar pelos nossos representantes nas diversas esferas de governo, inclusive e principalmente no Congresso Nacional, onde se decide a nossa vida.

*Rogério J. Lorenzetti, ex-prefeito de Paranavaí, período de 2009/2016