Semana termina com 275 presos na cadeia de Paranavaí
No começo da manhã deste sábado, a Cadeia Pública de Paranavaí registrava 275 detentos, incluindo 21 mulheres. O número revela superlotação, levando em conta que o espaço é para 96 pessoas (total de camas). Situação comum nos últimos tempos.
O final de ano já apresenta uma tensão maior nos presídios por conta das festas (na cadeia, a falta de festa). A combinação fim de ano e superlotação, mais o forte calor desta época (35ºC ou mais nessa semana), gera um ambiente que preocupa, já que as condições de vida ficam ainda mais comprometidas.
Embora em condições longe das ideais, a Cadeia Pública tem mantido um histórico de poucas ocorrências nos últimos anos. Tanto que a fuga de cinco presos no último dia 29 pode ser considerada uma exceção, já que até então o último episódio com presos fugindo tinha ocorrido em setembro de 2012. Outro episódio importante foi a rebelião de dezembro de 2015. Durou 22 horas e foi marcada por depredação. Agentes penitenciários foram feitos reféns.
Ainda assim, a fuga recente reacendeu o debate sobre a necessidade de construção de um novo presídio para atender a região o Noroeste, já que no geral as cidades vivem situações semelhantes a de Paranavaí.
Quando da fuga de novembro, o delegado Vagner dos Santos Malaquias destacou a importância de a população ter consciência da superlotação. Não é um debate fácil, como mostrou a última tentativa de construir uma unidade prisional, ainda no mandato do ex-prefeito Rogério Lorenzetti.
A cidade se dividiu, ambos os lados com argumentos válidos para reflexão. Os contrários se preocupavam com aumento da criminalidade e problemas sociais. Os favoráveis argumentam que o preso já existe, só que vivendo em condições precárias e com maior risco de fugas e rebeliões. Por esse raciocínio, a nova estrutura é uma necessidade. Mesmo com aquele amplo debate sobre a construção de um presídio, a possibilidade foi descartada justamente diante da divisão.
No último mês de julho, quando a lotação chegou a 273 detentos, a Câmara de Vereadores de Paranavaí aprovou requerimento pedindo informações à Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária. Na ocasião, 60% dos detentos já tinham sido julgados, ou seja, deveriam estar cumprindo pena em penitenciárias.