Senador será investigado sobre movimentações financeiras suspeitas
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello autorizou a abertura de inquérito para investigar movimentações financeiras atípicas do senador Gim Argello (PTB-DF) e de sua família. O pedido de investigação foi feito pelo ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel antes da conclusão do seu mandato no último dia 16. Segundo Gurgel, Jorge Argello Júnior, filho do senador, movimentou R$ 2,7 milhões em sua conta bancária de fevereiro a setembro de 2010, valor que seria incompatível com sua renda mensal declarada de R$ 6.500. Outra operação considerada atípica foi um saque de R$ 1 milhão feito em maio do ano passado. Jorge também transferiu recursos para a conta do ex-senador Luiz Estevão – primeiro senador a ter o mandato cassado, acusado de participar de desvios da ordem de R$ 150 milhões na construção do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo. Entre as movimentações a serem investigadas constam ainda operações feitas pelo próprio senador e sua mulher. "As informações sobre as movimentações financeiras de Jorge Argello Júnior e Márcia Argello foram relatadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) devido aos indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro pelo senador Gim Argello", diz o documento do STF que autorizou abertura do inquérito. OUTRO LADO – O senador Gim Argello disse que sua mulher e seu filho compram e vendem imóveis, o que explica a movimentação de recursos financeiros. Ele disse considerar que o pedido de investigação foi uma retaliação do ex-procurador Roberto Gurgel pelo fato de o Senado ter rejeitado algumas de suas indicações para conselho ligados ao Judiciário. "Isso é vingança do Gurgel, tenta nos atingir através da família. O lado bom é que [com o inquérito] poderei provar que tudo está correto e foi declarado à Receita Federal".