Senai recebe equipamento inédito na pesquisa aplicada à indústria

Na última semana, mais um dos 36 equipamentos orçados em mais de R$ 8 milhões, que compõem o Instituto Senai de Inovação (ISI) do Paraná, foi instalado. O Spark Plasma Sintering (SPS) é inédito na pesquisa aplicada à indústria no Brasil e é capaz de produzir materiais nanoestruturados, mais resistentes a esforços mecânicos e à corrosão, possibilitando a fabricação de componentes de alto desempenho.
O ISI, localizado no Campus da Indústria, em Curitiba, conta com infraestrutura e equipamentos equivalentes aos centros de P&D mais avançados do mundo, atendendo as áreas de nanotecnologia, energia, petróleo e gás, baterias e acumuladores de energia, corrosão, biocorrosão, sensores, tintas industriais e novos materiais.  O Senai no Paraná conta com a consultoria do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT); a Universidade de Manchester, do Reino Unido; os Institutos Fraunhofer, da Alemanha; o Centro Nacional em Eletroquímica e Tecnologias Ambientais (CNETE), do Canadá, e o Instituto Acreo, da Suécia, no processo de estruturação do Instituto.
Nério Vicente Jr., pesquisador do Instituto, explica que o equipamento utiliza matéria-prima na forma de pó, consolidando-a através de pressão e alta temperatura. Assim, além de ser capaz de produzir novos materiais não orgânicos, como metais e ligas metálicas, compósitos e cerâmicas, tornando-os mais resistentes, o SPS é uma tecnologia ambientalmente correta. “Como a matéria-prima está na forma de pó, não há perda de material e geração de resíduos. O calor utilizado para o processo é gerado na própria matriz do equipamento, resultando em mínima perda térmica por irradiação ou condução, e permitindo utilizar altíssima taxa de aquecimento, reduzindo o tempo de ciclo térmico. Ainda, com um sistema de refrigeração em circuito fechado, o desperdício de água é evitado”, esclarece Vicente.
Com o SPS podem ser produzidos materiais de altíssima dureza e resistentes ao desgaste, largamente aplicados à ferramentaria, usinagem e indústria de artefatos bélicos; materiais funcionais utilizados em motores elétricos, transdutores de sinais, energia alternativa e circuitos eletrônicos; e ainda materiais porosos usados em fundição de metais, na área biomédica, no campo aeroespacial e na indústria de biocombustível, por exemplo. A técnica também se enquadra na fabricação de materiais nanoestruturados e de gradação funcional (Functionally Graded Materials – FGM), que representam o que há de mais avançado e promissor na área de novos materiais.
ISI – O primeiro Instituto Senai de Inovação do país foi inaugurado em setembro de 2013, e localiza-se no Campus da Indústria, em Curitiba. Com foco em Eletroquímica, o ISI tem como objetivo desenvolver soluções que fortaleçam a competitividade e a produtividade, principalmente nos segmentos de energia, construção civil, petroquímico, mineral e metal-mecânico. Segundo o gestor do Instituto, Luiz Ferracin, a ideia é que os projetos desenvolvidos sejam sempre na modalidade de “cluster”, ou seja, envolvam mais de uma empresa. “Isso gera, além de otimização de tempo, desenvolvimento das empresas locais. Ao colocar as empresas trabalhando juntas desde o início do projeto, estamos incrementando toda a cadeia, pois a inovação não fica restrita a apenas um setor. Assim, movimentamos a economia do Estado todo”, conta Ferracin. Até 2015, a infraestrutura do ISI no Paraná deverá ser ampliada, com um novo edifício de 10 mil metros quadrados, sendo 2 mil deles em laboratórios, orçado em mais de R$ 50 milhões.