Sensação térmica foi de 4ºC negativos

O frio chegou forte a Paranavaí a partir da noite de anteontem e foi mais intenso do que as previsões iniciais. Conforme o Simepar, a mínima ontem chegou a 0,1ºC entre 6 e 7 horas, porém, a sensação térmica atingiu 4ºC negativos.
Tanto frio assustou a população da região de Paranavaí, pouco acostumada com temperaturas tão baixas. Já no final da tarde de segunda-feira, o vento gelado deu o tom de como seria a noite mais fria do ano.
O frio mais intenso do ano até então foi registrado no dia 10 de junho, quando os termômetros chegaram a 0,3ºC na relva, como atestou na ocasião o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).
O meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, explicou ao Diário do Noroeste que a verificação da temperatura é feita com estação a dois metros da superfície (do solo). Foi essa medição que acusou 0,1ºC.
Já na relva, o frio fica mais intenso, entre 2ºC e 3ºC. Já a sensação térmica leva em conta o vento ao ar livre. Também a umidade influencia neste quesito.
Reinaldo Kneib diz que alguns fatores contribuíram para a queda brusca da temperatura, mais acentuada em relação às previsões iniciais, que indicavam até 5ºC para ontem. A frente fria avançou mais do que o esperado, analisa.
A frente fria continua na região pelo menos até quinta-feira. O meteorologista antecipa que mais uma vez haverá temperaturas muito baixas nas próximas horas. A partir do final de semana os termômetros sofrerão importantes elevações, com mínimas na casa dos 12ºC na sexta-feira.
Também o Iapar registrou o frio intenso, ontem, com temperatura mínima de 1,6ºC na sua estação de verificação. Em ambiente fechado a máxima foi de 8,4ºC. Em campo aberto, muito frio, com 2,7ºC negativos.
IMPACTO NA AGRICULTURA – Na agricultura ainda é cedo para medir o impacto da frente fria. É preciso aguardar pelo menos três dias, aponta o pesquisador do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, Ênio Luiz Debarba.
Ele antecipa que não há registro de geadas intensas, o que gera a expectativa de pouco impacto. O problema é que o frio deve continuar. Outro componente é identificar se o vento deixou estragos, queimando plantas.
Debarba diz que a maior preocupação é com o milho ainda em fase de grãos leitosos, quando se apresentam mais sensíveis à geadas. Há pouca quantidade nesta fase na região, apenas 1.700 hectares, algo em torno de 3% do total plantado. O restante já está em fase de colheita.
Por outro lado, as pastagens também podem sofrer com temperaturas baixas por vários dias. Se bem que pelo próprio ciclo da planta, já existe impacto. É o chamado descanso vegetativo, que acontece no inverno.
Outras culturas importantes dentre as quais a laranja e a cana não sentem o impacto do frio dentro dos índices registrados até agora. Porém, ainda é preciso aguardar, adverte.