Ser verdadeiramente livre

Enquanto não se compreender que o homem não é “corpo de carne”, que não é uma coisa de forma material mas, sim, uma coisa sem forma, a mente estará presa as restrições de ordem material do corpo carnal e não conseguirá a liberdade verdadeira. Em vez disso, se compreender que “o homem” é uma coisa sem forma, que “o eu verdadeiro ‘é uma coisa sem forma, a mente poderá alcançar na sua totalidade um estado de liberdade como’ a nuvem que flutua ou a água que corre”. Todavia, mesmo “a nuvem que flutua e a água que corre” ainda possuem forma, e por isso estão subjugadas as condições tais como vento e mares. Porém, compreendendo-se que o “eu” é uma existência na verdade sem forma , será possível sair para um estado de total liberdade, onde não será mais será restringido por coisa alguma. Quando compreender esta verdade, o homem terá atingido um estado mental de verdadeira tranquilidade, e quando manifestar em sua vida diária essa tranquilidade mental, estará vivendo exatamente de acordo com o “modus vivendi da – Seicho-No-Ie” é uma vida sempre radiante, uma vida que desconhece sombras escuras.
A respeito do modo de viver dos religiosos de até agora, era comum se pensar que eles precisavam levar uma vida muito restrita, recolhendo-se a uma montanha erma, onde ficavam sempre de fisionomia sisuda, desconhecendo um sorriso sequer. Não há, porém, procedimento mais afastado da verdadeira vida religiosa. Em outras palavras, é preciso que esta seja uma vida em que haja sintonia com as vibrações da Grande Vida, A “Grande Vida”, isto é , Deus, é uma vibração vital de uma força infinitamente tranquila, perfeita, harmoniosa e livre. Portanto, somente a vida que esteja em sintonia com essas vibrações vitais será uma vida verdadeiramente religiosa e, em tais condições, essa vida se torna espontaneamente uma vida luminosa e cheia de alegria. Frequentemente, nos casos em que pessoas moralistas ou pessoas muito boas adoecem, observa-se que tais “boas pessoas” são possuidoras de uma mente não radiosa, muito escura. Se possui a mente escura, por mais virtuosa que seja nos outros aspectos, no aspecto mental ela é uma pessoa má. Outro dia, num bonde, estava sentada à minha frente uma senhora de uns 45 anos que apresentava uma fisionomia deveras sofredora, a testa com tão profundos sulcos, que só de vê-la me causava grande pena. Tentei imitar a fisionomia daquela senhora, e eu próprio senti a impressão de estar passando por idêntico sofrimento. Quando assumimos a fisionomia sorridente, nos tornamos alegres espontaneamente. É por isso que devemos procurar, mesmo com esforço, desfazer as rugas da testa e sorrir com brandura. A prática de tornar radiantes a fisionomia e a mente é, entre todas as práticas virtuosas, a que deve ocupar o primeiro plano. Por isso, gostaria que as pessoas que lerem estas palavras comecem a fazer o treinamento para tornarem suas fisionomias mais e mais radiantes.
 Estará incorrendo em erro aquele que pensa consistir o amor ou a bondade em dar “coisas materiais” ao outro (é evidente que é bom dar “coisas materiais” a uma pessoa necessitada); porém, existe um procedimento muito mais importante que isto. É o de proporcionar ao próximo vibrações de luz e de bondade, e isto pode ser considerado a maior dentre todas as práticas do bem. Por isso Jesus ensinou que não devemos ostentar fisionomia de sofrimento, e assim lavar o rosto e mantê-lo radiante, mesmo durante o jejum. Mostrar uma fisionomia alegre aos outros é uma prática de amor ao próximo muito melhor do que andar distribuindo coisas.
 
Fonte: A Verdade da Vida vol. 3 – Luz/Vida I (autor: Massaharu Taniguchi)

Regional da Seicho No Ie de Paranavaí
Av. Rio Grande do Norte, 1.600 – centro
Telefone: (44) 3423-5531
Reuniões: terça-feira, 14h15; quarta-feira, 19h45; domingo, 9h00
Site: www.sni.org.br