Servidores públicos fazem passeata para relembrar o dia 29 de abril

Tiros e bombas. Gritos. Desespero. Ontem, durante passeata realizada em Paranavaí, professores e funcionários das escolas estaduais reproduziram, através de um carro de som, o cenário de guerra que viveram no dia 29 de abril, em Curitiba.
Naquele dia, servidores públicos protestavam contra as mudanças propostas pelo governador Beto Richa (PSDB) para a Paranaprevidência. Um aparato policial foi organizado para evitar que os manifestantes acompanhassem a votação do projeto na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Foram atingidos por bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, sprays de pimenta. Foram agredidos por policiais. Atacados por cães. Mais de 200 pessoas ficaram feridas.
Por causa da violência que sofreram há um mês, os educadores foram para as ruas em municípios de todo o Paraná. Em Paranavaí, a passeata reuniu aproximadamente 400 pessoas, entre professores, funcionários, pais e alunos de escolas estaduais de toda a região.
O corpo docente da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e os acadêmicos da instituição em Paranavaí também participaram do ato de ontem. A comunidade somou forças ao movimento durante todo o caminho, aplaudindo ou buzinando em apoio aos manifestantes.
Ao longo da caminhada, os professores explicaram os motivos da greve. “Devido à falta de diálogo do governador Beto Richa, as escolas permanecerão fechadas. Segunda-feira não vai ter profissionais nas salas de aula”, disse Sandra Taís Gomes.
Ela pediu a compreensão dos pais e dos alunos, dizendo que a greve não é por aumento salarial, mas pela qualidade da educação no Paraná, pelo respeito aos servidores públicos e pela preservação da democracia.
Os manifestantes pediram a saída de Beto Richa. Questionaram os problemas financeiros enfrentados pelo Governo do Estado. Protestaram contra o deputado estadual Tião Medeiros. Levantaram faixas e cartazes. Pintaram as ruas para lembrar das vítimas da violência em 29 de abril. Entregaram balas doces e borrachas escolares embrulhadas como se fossem balas, simbolizando os tiros disparados por policiais.