Sete em cada dez acreditam que gastos com beleza são uma necessidade e não um luxo, aponta pesquisa

SÃO PAULO – O consumidor brasileiro é vaidoso com a aparência e admite gastar com produtos e serviços de beleza para melhorar a autoestima.
A constatação é de um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais e no interior dos 26 Estados e do Distrito Federal.
Segundo dados do estudo, seis em cada dez (62,7%) brasileiros consideram-se pessoas vaidosas e preocupadas com sua aparência e 65,7% concordam com a ideia de que cuidar de beleza não é luxo, mas uma necessidade.
Outro número que reforça a preocupação do brasileiro com a própria imagem é que quase a metade dos entrevistados (49,4%) acredita que gastar dinheiro com o propósito de melhorar a aparência física é um investimento que vale a pena, ao proporcionar sensação de felicidade e satisfação.
Há ainda uma parcela considerável de consumidores que reconhece exagerar nesse tipo de gasto, colocando em risco a saúde financeira: quase um quarto (23,4%) dos consumidores brasileiros assume o hábito de gastar mais do que efetivamente pode com cuidados estéticos, sendo o comportamento mais frequente entre mulheres (26,5%), pessoas com idade entre 18 e 34 anos (29,0%) e pertencentes à classe C (25,0%).
O estudo sugere que a preocupação com a aparência tem uma ligação direta com as relações sociais e de trabalho. Também foi perguntado aos consumidores sobre as características que mais influenciam o sucesso profissional de uma pessoa e, os resultados mostram que a boa aparência foi a quarta opção mais citada (32,1%), ficando à frente de atributos como inteligência (28,9%), disciplina (23,4%), atendimento atencioso (21,7%) e simpatia (20,9%).
As primeiras colocações ficaram com esforço e dedicação (48,1%), qualificação e estudo (47,4%) e honestidade (41,4%). De acordo com o estudo, sete em cada dez (74,8%) entrevistados acreditam que pessoas bem cuidadas aparentam ser profissionais melhores e mais da metade (52,6%) concordam que pessoas bonitas têm mais oportunidades na vida – opinião partilhada sobretudo entre os entrevistados da classe C (54,7%).

Para 57%, produtos de beleza têm poder para mudar aparência
Gastos com roupas, calçados e assessórios (40,5%), alimentação saudável (40,2%), cuidados com a unha (30,3%) e com os dentes (38,0%), controle do peso (35,4%), cremes para o corpo e rosto (34,5%), atividades físicas (32,5%) e pintura do cabelo (26,9%) são as medidas mais tomadas pelos consumidores entrevistados para cuidar da beleza.
O estudo descobriu ainda que mais da metade (57,4%) dos consumidores acreditam que os produtos de beleza têm a capacidade de modificar a aparência das pessoas para melhor, chegando a 66,8% entre as mulheres e 61,6% entre os consumidores da classe C. Quanto às motivações dos que consomem produtos para ficar mais bonitos, a pesquisa indica que a principal delas é o aumento da autoestimaa (62,1%).
A pesquisa também procurou saber quais são os produtos ou serviços que os entrevistados têm a intenção de adquirir nos próximos três meses para cuidar da aparência e constatou que os cosméticos estão em primeiro lugar do ranking, com mais da metade das citações (50,7%), seguidos pelas roupas, calçados e assessórios (43,9%) e pelos cuidados com o cabelo, unha, barba e pelos (42,3%). Outras opções ainda mencionadas foram tratamentos odontológicos (24,4%), maquiagens (20,9%) e remédios e vitaminas (19,0%).
Já com relação aos tratamentos de maior valor financeiro e de maior complexidade que os entrevistados desejam realizar pelos próximos 12 meses, os mais mencionados são clareamento dentário (20,9%), aparelho para correção nos dentes (14,8%) e a aplicação de porcelana nos dentes (10,4%).

Maioria dos brasileiros admite ser vaidosa
A pesquisa indica que a vaidade é parte da característica da maioria dos brasileiros: 62,7% consideram-se pessoas vaidosas – sendo que 12,7% são muito ou extremamente preocupados com a aparência.
A nota média geral que o brasileiro atribui para si quando levada em conta a aparência física é 7,0, numa escala que varia de zero a dez. A pesquisa detectou ainda que as pessoas vaidosas são mais frequentemente encontradas entre as mulheres (67,7%) e aqueles com idade entre 18 e 34 anos (71,2%).
Em contrapartida, 37,3% dos entrevistados não podem ser definidos como vaidosos, dentre esse grupo, a principal justificativa é a falta de importância dada ao assunto, já que o foco está em outras prioridades de vida (51,8%). Porém, nem sempre o cuidado com o visual é uma questão de escolha: 27,3% alegam não ter dinheiro para se cuidar.
De modo geral, o estudo comprova que os brasileiros dão atenção considerável ao visual: 82,9% se sentem mais atraentes quando estão arrumados, 44,8% estão preocupados em evitar os efeitos do envelhecimento, 33,6% admitem que ter uma boa aparência é uma das suas principais preocupações na rotina diária e 55,0% se importam com a opinião das demais pessoas a respeito da sua aparência física.