Situação se normaliza no campo

As chuvas do início do mês trouxeram alívio ao campo, na região de Paranavaí. Foram suficientes para normalizar a situação, depois da seca, especialmente no mês de setembro. Com a volta da chuva, produtores retomam plantio e manejo das atividades agrícolas.  
O pesquisador do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura, Ênio Luiz Debarba, confirma que o volume de precipitações – na casa dos 80 milímetros – permite a retomada das atividades.
Um sinal claro nesta direção vem da mandiocultura. Os produtores estão fazendo o replantio em muitas áreas, cujas sementes (manivas) não se desenvolveram por causa da terra quente e seca.
O Replantio significa mais investimentos em mão de obra e muitas vezes em manivas, mas não há outra solução quando o produtor percebe que o volume de plantas nascidas é insuficiente para formar a lavoura.
Apenas uma pequena parte da mandiocultura é financiada, portanto, a maioria não dispõe de seguro rural. A lavoura financiada deve passar por vistoria, caso haja necessidade de replantio. O seguro fará frente às despesas.
Antes da chuva, cerca de 20% da área destinada à cultura ainda não estavam plantados. Na região são cerca de 26 mil hectares previstos para a safra 2018.
No caso da pastagem, nos próximos dias será possível verificar a revitalização. Debarba lembra que a pastagem entra em dormência no inverno e com a seca. Na volta da chuva, retoma seu desenvolvimento.
Mesmo com falta de pasto, o preço se mantém, até apresentando uma leve queda e com oferta estável. A arroba do boi gordo ontem estava cotada a R$ 142,00, contra os R$ 145,00 das últimas semanas. A variação ocorre por questões de mercado. Um detalhe que chama a atenção é o consumo retraído por conta da crise pela qual o país atravessa.
Com a volta da chuva também os produtores de soja no arenito correm para fazer o plantio. São cerca de 47.500 hectares da cultura na região de Paranavaí. Outubro é o mês do plantio. Significa que não houve perda de prazo.
Já com certo atraso, também o milho da safra de verão está sendo plantado. Trata-se de uma cultura pouco comum na região. São 2.500 hectares, por isso considerada praticamente uma cultura de subsistência. Ao contrário do milho de verão, o milho safrinha tem área superior, na casa de 32 mil hectares.
No final do mês de setembro havia grande preocupação com as culturas devido ao longo período de estiagem. Além das atividades citadas, a falta de chuva afeta, em certa medida, também as culturas da laranja e do café.