Só informação correta vai permitir planejamento adequado, diz Pierin
O presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ivo Pierin Júnior, destacou a importância do censo agropecuário que está sendo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para ele, “informação é a base de tudo. É a informação que vai permitir o planejamento. E quanto mais conhecermos o setor, melhor será o planejamento. Só a informação correta vai permitir um planejamento adequado”, enfatizou o líder classista.
Pierin conclamou os produtores rurais a contribuírem na realização do Censo recebendo bem os pesquisadores, que estão sempre identificados com coletes e crachás do IBGE e repassando a eles informações precisas sobre produção, número de trabalhadores, condições de vida etc. O período pesquisado será entre outubro de 2016 a setembro de 2017.
O coordenador do censo na subárea de Paranavaí (o IBGE divide municípios e regiões em subáreas e postos de coletas), Gledison Moisés do Lago, reforça as palavras de Pierin. “É com essas informações que o Governo define políticas econômicas, agrícolas e até sociais. Por isso que temos que levantar tudo, todo detalhe é importante”, diz ele.
Lago dá um exemplo que mostra a importância da precisão de dados. Ele conta que o IBGE estima que existe hoje no Brasil cerca de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários. “Imagine se deixarmos de contar uma vaca por cada propriedade? Vai dar uma diferença enorme e distorcer a realidade”, conta ele.
O Censo quer entender toda a cadeia produtiva do agronegócio, o que acontece antes da produção, na aquisição de sementes e insumos, e depois para onde segue a produção.
IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO – O agronegócio é um dos principais sustentáculos da economia brasileira. Além de gerar cerca de 20 milhões de empregos entre informais e formais e temporários e permanentes, para cada 10 reais produzidos no país, R$ 2,50 vem da agropecuária.
Além disso, o setor é responsável por 48% de todas as exportações do país. “Para definir sua política agrícola, o Governo precisa conhecer primeiro a realidade do campo, saber onde está o produtor, o que está produzindo, como armazena etc”, explica Lago.
O IBGE definiu a data de 28 de fevereiro do ano que vem o prazo para concluir o levantamento, que começou no dia 1º deste mês. E as perguntas podem variar de uma propriedade para outra.
“Se na propriedade tiver várias culturas pode chegar a 150 perguntas. Mas a média é de duas culturas por propriedade, o que exige entre 50 e 70 perguntas”, diz ele.
Mas vale à pena perder tempo para responder tantas perguntas?
“Eu diria que o produtor não perde tempo nenhum. Ele investe seu tempo para passar informações que serão utilizadas em seu próprio benefício”, avalia o coordenador do censo em Paranavaí. Isto porque, aumentar o limite de financiamento para determinada cultura, por exemplo, depende destas informações.
O IBGE realiza o censo amplo e profundo com 100% de visitas às propriedades a cada 10 anos. Neste intervalo são realizadas atualizações, mas aí as informações são buscadas por amostragem, que podem gerar distorções.