Sobre a rainha das formigas e suas leais abastecedouras – a saúva
Já li no DN, de uns dias para cá, três matérias sobre a preocupação das autoridades municipais, estaduais e de proprietários rurais diante do iminente ataque das formigas cortadeiras – as saúvas, certamente a partir de setembro.
Num dos textos, o anúncio de palestra sobre os prejuízos que elas causam. Não desmerecendo o conferencista do quadro do SENAR, cujo nome não foi dado a conhecer, acho totalmente desnecessário o tal evento.
Aos interessados, agropecuaristas em suas diversas atividades e ainda os moradores urbanos e gestores municipais, basta acessar a Wikipédia. Nela, vão se deparar com as toneladas de capim transportadas pelas cortadeiras para os pés do trono da rainha nalgum canto do formigueiro.
O colonião que iria alimentar a vaca que pasta na superfície vai se reduzir a fungo para sustentar o exército que irá dizimar o pasto, traçar o pé de cana, danificar a laranjeira.
Se digitarem Areia x Saúva no Google, vão deparar com artigo meu, publicado ainda no final do século passado no mesmo Diário do Noroeste, que conta como os sitiantes José Lourenço, falecido depois, e Jurandyr Foletto, lá da minha Santa Isabel do Ivaí, se deram à curiosa experiência de entupir, se valendo de grandes funis e respeitável monte de areia, uns baitas formigueiros que se instalaram nos campos do Centro de Tradições Gaúchas, o CTG.
Pacientemente, foram despejando areia seca e fina em cada "olho" dos formigueiros. Depois de entupidos, notaram que as formigas não saíram mais a campo, pois morreram por asfixia, já que suas patas, dotadas de ventosas, só caminham em determinado tipo de superfície. E as que estavam nos carreiros, carregadas, não conseguiram entrar nos formigueiros pois os encontraram tapados.
Perderam-se no capinzal onde foram devoradas pelos predadores naturais. Concluo, sugerindo os formigueiros da foto estampada na edição de domingo do DN, dia 16, para o experimento da ação.
De Parreiras Rodrigues (e-mail: jornalparreiras@gmail.com.br)