Sociedade deve ser protagonista na definição do pedágio, diz governo

MARINGÁ – O Governo do Estado realizou ontem, em Maringá (Noroeste), a quarta reunião pública de trabalho sobre o novo ciclo de concessão rodoviária que deve acontecer no Paraná a partir de 2021.
“Estamos promovendo debates para definir um novo modelo de concessão. A sociedade deve ser ativa, protagonista na definição do pedágio, porque isso impacta na vida das pessoas e na economia do Estado”, afirmou a governadora Cida Borghetti, que participou do encontro, junto com lideranças de Maringá e de região.
“Estamos construindo esse novo modelo através do diálogo com a sociedade. Prioritariamente, queremos 50% a menos na tarifa do que é pago hoje”, disse Cida.
Esta foi a quarta reunião realizada pelo Governo do Estado. Os primeiros foram em Cascavel, Londrina e Ponta Grossa. Hoje, , o evento acontece em Curitiba.
“Nestas reuniões, ouço profissionais de diversas áreas, lideranças locais, pessoas da comunidade. Em cada audiência formamos grupos de trabalho, que elaboram proposta, com argumentação e comentário, para cada região do Paraná. De forma que, juntos, definiremos quanto queremos pagar de pedágio, quais as obras necessárias para cada região”, explicou.
Em maio, o Governo do Estado solicitou ao Ministério dos Transportes uma nova delegação das rodovias federais que formam o Anel de Integração. No dia 11 de junho, o Estado notificou as seis concessionárias de pedágio para iniciar os processos de finalização dos contratos, que acabam em 2021.
“Pedimos a renovação da delegação para discutir o assunto do pedágio aqui, porque nós paranaenses é que conhecemos as nossas reais necessidades. Estamos confiantes de que esse novo modelo vai beneficiar a população e fazer com que a justiça tarifária possa ser a referência e o ponto focal deste modelo”, afirmou.
PESQUISA – Antes de fazer o anúncio sobre o encerramento dos atuais contratos, informou o secretário do Desenvolvimento Urbano, Sílvio Barros, o governo fez uma pesquisa que ouviu 10 mil paranaenses sobre o pedágio.
“Dez mil pessoas foram ouvidas no Paraná inteiro, com 18 perguntas sobre o pedágio, antes de se tomar a decisão do que está sendo feito”, explicou.
“O assunto não é simples e se não começarmos isso agora não vamos conseguir terminar tudo que tem que ser feito, na qualidade que queremos e com a oportunidade de ouvir a população dentro do prazo do fim da concessão”, disse ele.
FAZ A DIFERENÇA – Para a advogada Angélica Marçola, a iniciativa do Governo do Estado significa respeito com a sociedade. “Quando a gente ouve os anseios da população fica mais fácil ter o apoio na hora de implementar a política pública. Isso faz a diferença”, disse ela. “O debate sobre o novo modelo de concessão é imprescindível. As pessoas não reclamam de pagar pedágio, mas querem receber em troca um serviço justo”, afirmou.
“É inegável que a concessão das rodovias é muito importantes e que é uma questão que precisa ser discutida de forma transparente com toda a sociedade”, disse o presidente da Amusep, André Luiz Bovo, prefeito de São Jorge do Ivaí. “É um processo de transparência discutir com a comunidade o que é melhor, qual a melhor tarifa e todos os ajustes signatários dos contratos de concessão”, afirmou.
A presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, destacou a importância da infraestrutura para o setor do agronegócio, o impacto sobre o custo de produção e a competitividade do setor. “Com esta iniciativa, o Governo do Estado faz a sua parte”, afirmou ela. Já o prefeito de Sarandi, Walter Volpato, afirmou que o debate vem atender a um anseio dos municípios e da população. “A população é que conhece as necessidades locais”, disse ele.