Superlotação da Santa Casa expõe necessidade de ajuda da população
O único com UTI e o maior hospital de uma região com quase 300 mil habitantes, a Santa Casa de Paranavaí viveu esta semana (desde domingo) uma situação inédita nos últimos 15 anos: pacientes internados no Pronto Socorro e alguns deles em macas, já que a demanda era superior a capacidade instalada.
No ápice do estrangulamento, com a falta de leitos em praticamente todas as alas do hospital, 18 pacientes ficaram “internados” no Pronto Socorro , três deles entubados, à espera de vagas na UTI. No final desta sexta-feira, uma pessoa ainda continuava internada no Pronto Socorro.
Na avaliação da diretoria, este fato revela a necessidade que o hospital tem de ajuda da sociedade. Diretores lembram que a remuneração do SUS é deficitária. Quanto mais atendimento público, maior o prejuízo do hospital, afirma a diretoria.
No caso da Santa Casa há o agravante de que, pela legislação, o hospital teria que destinar apenas 60% dos seus leitos para o SUS. Na prática, este índice sempre está acima de 80%.
O rombo financeiro provocado pelo SUS é coberto com doações, atendimento particulares e de convênios e ajuda do Governo do Estado.
“Não fosse o apoio que recebemos do Governo do Estado para a manutenção do hospital, tenho minhas dúvidas se a Santa Casa de Paranavaí ainda estaria aberta”, desabafa o presidente Renato Augusto Platz Guimarães. Para ele, a sociedade precisa se conscientizar de que a instituição é um patrimônio da região e todos devem colaborar para sua manutenção.
“A Santa Casa é um hospital beneficente e, como tal, administra as doações recebidas, sejam públicas ou privadas”, diz o vice-presidente Paulo Sérgio de Abreu Pierin.
De acordo com ele, as doações são importantes para que a instituição promova as ampliações necessárias. “Agora mesmo, estamos construindo uma nova UTI, com mais 13 leitos. Está sendo construída com recursos próprios. Está orçada em R$ 3,5 milhões e a primeira fase, que está sendo concluída, custou R$ 1 milhão. Agora precisamos começar a segunda fase, mas ainda não temos recursos para isso”, reforça Pierin.
Para o vice-presidente, qualquer pessoa da sociedade pode ajudar. “Pode ser através da fatura da Sanepar (conta de água), adquirindo as cartelas de show de prêmios e outras promoções ou realizando doação em dinheiro diretamente ao hospital. A Santa Casa está aberta a todo tipo de contribuição”, assinala ele.