Suposto cúmplice de vazar cartas do papa é condenado a prisão

O Tribunal do Vaticano condenou ontem o técnico de informática Claudio Sciarpelletti a dois meses de prisão por envolvimento no vazamento de documentos do papa Bento 16 à imprensa italiana, que provocaram um escândalo na cúpula eclesiástica.
Ao condenar Sciarpelletti, o Tribunal do Vaticano acatou de forma integral os pedidos do promotor Nicola Picardi. Por sua vez, o advogado do técnico de informática, Gianluca Benedetti, disse que irá apelar da decisão.
O técnico foi acusado de ser cúmplice do ex-mordomo do pontífice Paolo Gabriele no furto de documentos papais. No entanto, a corte decidiu que ele foi condenado apenas por obstrução da Justiça, por ter mudado sua versão dos fatos várias vezes durante a investigação e sua pena está em suspenso.
O ex-mordomo foi condenado a um ano e meio de prisão no mês passado no mesmo caso por ter enviado as cartas e mantido parte das informações confidenciais em seu computador. Ele se defendeu dizendo que era uma tentativa de elucidar a corrupção na Igreja Católica.
PRISÃO – Em 25 de maio, o técnico de informática passou uma noite em uma cela no Vaticano, dois dias depois de Gabriele ter sido preso. A detenção foi ordenada após serem encontradas cópias de documentos na casa do ex-mordomo, que mostravam as brigas entre cardeais da cúpula da Santa Sé.
Quando a polícia do Vaticano realizou buscas na mesa de Sciarpelletti na Secretaria de Estado – o coração da administração da Santa Sé – encontrou um envelope fechado, endereçado a Gabriele e com a palavra “pessoal”. (Folhapress)