Supremo absolve Zeca Dirceu do crime de boca de urna

BRASÍLIA – O STF (Supremo Tribunal Federal) absolveu por unanimidade ontem o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu, do crime de boca de urna.
De acordo com o Ministério Público Eleitoral do Paraná, em 3 de outubro de 2010, Zeca foi a um colégio no município de Campo Mourão, com camiseta de sua própria campanha, e teria cumprimentado eleitores e mesários. Além disso, ele teria gravado entrevistas em frente à escola. Na ocasião, o parlamentar chegou a ser preso em flagrante.
Apesar da posição do MP do Paraná, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que a denúncia não continha elementos que comprovassem a boca de urna, e que o candidato poderia estar vestido com a camiseta de sua campanha.
Ele ainda destacou que assistiu ao vídeo de entrevistas, que foi produzido por uma equipe contratada por Zeca Dirceu, e não identificou o crime de boca de urna. Também foram ouvidos mesários e policiais. Eles disseram que no momento da gravação já não havia mais eleitores no colégio onde as imagens foram feitas.
Por isso, Janot propôs que a denúncia do Ministério Público do Paraná fosse arquivada. O relator da matéria, ministro Luís Roberto Barroso, concordou com a proposta. Durante a coleta dos votos, Celso de Mello propôs que, ao invés de arquivamento, fosse promovida uma absolvição sumária de Zeca, o que acabou sendo aceito por unanimidade no plenário.
Como o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, não participou da sessão, ela foi presidida pelo vice, Ricardo Lewandowski.