Suspenso calendário acadêmico 2015

O calendário acadêmico da Unespar (Universidade Estadual do Paraná) está suspenso. Essa é uma das decisões do Conselho Universitário, reunido no campus de Paranavaí.
Os conselheiros também fecharam pela não punição de professores e funcionários em greve, além da reivindicação por autonomia universitária.
O vice-reitor da Unespar, Antônio Rodrigues Varela Neto, explica que um novo calendário será montado após o final da paralisação.  Mas, a volta só deve acontecer com o atendimento das principais reivindicações. Dentre elas, a retirada da proposta de utilização de recursos da Paraná Previdência, como quer o Governo do Estado. “Nós queremos debater a Paraná Previdência”, resume.
Pelo calendário original, as aulas começariam no dia 09 de fevereiro. Mas, data foi marcada pelo início da mobilização com suspensão do início do ano letivo.  
Os conselheiros também fecharam questão pela retirada da Unespar e UENP (Universidade do Norte do Paraná) do sistema “Metaquatro”, que atribui à Secretaria de Administração do Estado várias atividades, inclusive em relação aos funcionários.
Varela explica que atualmente essas duas universidades não podem, sequer, emitir a folha de pagamento. Também não podem tomar outras decisões tais como benefícios (terço de férias, etc.).
Essa condição, que atinge apenas Unespar e UENP, ou seja, duas das sete estaduais, interfere diretamente na autonomia das universidades, entende. Ele lembra que o artigo 207 da Constituição Federal confere autonomia didática. Científica e financeira às universidades. “Por que o tratamento diferente para duas instituições?”, preocupa-se.
Também a sede da reitoria não está funcionando “a todo vapor” em
Paranavaí. Isso porque faltam alguns equipamentos para uma rotina de trabalho. Não há sistema de ar-condicionado, por exemplo, tornando difícil a permanência nas tardes de calor mais intenso.
SEM PREJUÍZO – Mesmo com os problemas verificados neste ano – greve, falta de verba para manutenção e custeio – o vice-reitor descarta comprometimento do projeto de construção da universidade. Admite que se torna mais lento em alguns aspectos por falta de dinheiro. Ainda assim, lembra que em 02 anos os avanços devem ser apresentados ao Conselho Estadual de Educação.
Varela destaca ainda o fato de que 100% dos professores e funcionários das sete universidades paralisaram as atividades, sinal de preocupação com os episódios recentes. Não há previsão de retorno, já que o mesmo está condicionado ao comprimento das reivindicações.