Tchau Querida
Assistimos na semana que passou mais um episódio de impedimento de um presidente eleito na jovem democracia brasileira.
Além da gravidade do fato, ele nos faz pensar sobre a necessidade de repensarmos nosso sistema institucional de forma a evitar este tipo de ruptura, pois usado de forma constante ele vai trazer insegurança ao sistema democrático e levar os eleitos a terem um comportamento no sentido de evitar atos polêmicos ou impopulares, que por vezes são necessários para levar a bom termo um governo constituído.
Não vou entrar no mérito da decisão do acatamento do processo, até porque ele ainda vai ser julgado pelo Senado Federal.
Paranavaí foi muito beneficiada com as ações administrativas do governo federal. Tenho pela senhora presidente grande respeito derivado da gratidão por tudo que ela fez em benefício da nossa cidade e dos demais municípios brasileiros.
O precedente é grave e pressupõe que todos os gestores públicos, de agora em diante, poderão ser alvos de CPIs pelos legislativos locais por eventuais desequilíbrios orçamentários, alguns involuntários ou produzidos por fatores alheios à vontade de prefeitos ou governadores, podendo resultar no mandato cassado pelas respectivas câmaras ou assembleias legislativas.
Dependendo da decisão definitiva do Senado consolida-se a tese, praticada por mim, que o município deve ter uma gestão fiscal eficiente, buscando equilibrar o orçamento sempre, no sentido de não produzir déficits financeiros que possam comprometer as contas públicas.
Neste sentido o presidente interino Michel Temer vai ter que tomar medidas amargas, porém necessárias, para que o tesouro nacional restabeleça sua capacidade de investimento. O período que virá, com grandes mudanças, vai consagrar a tese de um estado menor, mais enxuto e voltado às suas atividades essenciais como saúde, segurança e educação, setores aos quais dediquei a atenção necessária com grandes avanços na nossa cidade.
A frase "Tchau querida", muito usada nos meios sociais poderá ser interpretada, no futuro, como uma ruptura importante, mas dolorosa, que diminuirá a ação social do governo, mudando de forma radical a política até agora adotada de incentivos fiscais, atenção aos mais pobres e outras ações que visaram dar a eles oportunidades de acesso a bens e serviços, alguns oferecidos pelas ações governamentais aos entes federados, resultando em desequilíbrio nas contas públicas, dando origem à ação de impedimento.
O estado deve diminuir e tornar-se mais leve, ganhar eficiência e buscar manter o maior número de conquistas que fizeram a diferença na vida de milhões de brasileiros. Esta é a esperança de muitos.