Técnico do Independiente se demite por ameaças da torcida

Campeão da Copa Sul-Americana pelo Independiente, da Argentina, o técnico Ariel Holan não permanecerá no cargo em 2018. Ele fez o anúncio por meio de uma carta em que expõe riscos de segurança a si próprio e aos seus familiares.
De acordo com o comunicado, o treinador vinha lidando com ameaças da “barra brava” do clube – como são chamadas as torcidas organizadas na Argentina -, que exigia uma colaboração financeira do técnico. As tentativas de extorsão teriam sido lideradas por Pablo Álvarez, conhecido também como Bebote.
O estopim aconteceu em outubro, quando o carro de Holan foi interceptado por um veículo e uma moto quando ele deixava o centro de treinamento do clube. Pablo Álvarez teria saído do automóvel para ameaçar o técnico. Caso não aceitasse pagar 50 mil dólares, Holan não teria apoio, muito menos paz.
Esta seria a terceira oportunidade em que o treinador tinha sido abordado por envolvidos com a barra brava do clube.
Armados com pedaços de madeira, Álvarez exigiu US$ 50 mil dólares (cerca de R$ 148 mil), negado por Holan. Após a negativa, o líder fez uma última ameaça: "A decisão é sua: acertamos aqui ou em Assunção". A equipe viajaria em seguida ao Paraguai para enfrentar o Libertad-PAR.
Mesmo conseguindo fazer o Independiente exibir um bom futebol e terminar a temporada com um título continental, o técnico seguiu lidando com ameaças aos seus familiares. Desta maneira, ele optou por anunciar nesta quarta-feira o fim de sua trajetória no clube de Avellaneda.
"Pela primeira vez na minha vida, a integridade física da minha família, de meus parceiros de trabalho e a minha própria está em grave risco. Uma situação que não estou disposto a tolerar nem a conviver, e creio que nenhum trabalhador do futebol deveria aceitar", disse.