Técnicos sugerem elaboração de novos planos de ação contra a dengue
Autoridades e técnicos da saúde e de outras secretarias que apoiam o combate da dengue em Paranavaí participaram, ontem, de uma reunião com os três representantes do Ministério da Saúde que estiveram na cidade, nesta semana, realizando um levantamento da situação da epidemia no município.
Os profissionais, que visitaram as Unidades Básicas de Saúde, PA, Santa Casa, 14ª Regional de Saúde e Vigilância Sanitária, apresentaram um relatório da visita e sugeriram às autoridades municipais que elaborem novos planos de ação de curto, médio e longo prazo para combater a doença.
A reunião contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, 14ª Regional de Saúde, Santa Casa, secretarias municipais de Educação, Infraestrutura, Administração, Governo, Fazenda e Procuradoria Jurídica.
A visita dos técnicos foi uma solicitação do prefeito Rogério Lorenzetti e recebeu o apoio do senador Roberto Requião.
Entre as sugestões apresentadas pelos funcionários do Ministério está a necessidade de reformulação do protocolo utilizado para dar entrada dos pacientes na rede básica de saúde; a intensificação dos trabalhos junto aos pontos estratégicos e a implementação de um comitê de investigação de óbitos organizado pela regional de saúde e que deverá contar com representantes de órgãos públicos e entidades do setor.
Além de investigar os casos de óbito e definir se os mesmos foram causados pela dengue, a comissão também deverá levantar quais foram os fatores associados à morte do paciente, a fim de repassar para os demais profissionais as não conformidades encontradas na investigação e encontrar uma resposta rápida que possa melhorar a assistência à população.
Embora tenham apontado a necessidade de contratação de recursos humanos para a Secretaria de Saúde, os profissionais reconhecem que o município conta com uma alta cobertura de atenção primária (cerca de 80% da população coberta) e unidades básicas mobilizadas e empenhadas em atender os pacientes.
A qualidade do atendimento feito pelos servidores nos postos de saúde foi outro ponto positivo que ganhou destaque no levantamento.
Os técnicos também destacaram a importância da intersetorialidade, ou seja, do envolvimento e empenho dos demais setores e secretarias nos trabalhos de combate à doença, entre elas a parceria das secretarias de infraestrutura – intensificando ações de limpeza nos bairros – e educação – trabalhando a conscientização dos estudantes nas salas de aula.
Os profissionais também reconheceram que, hoje, a maior parte da responsabilidade da saúde pública recai sobre os municípios e que estes são os mais sobrecarregados e, portanto, devem sempre solicitar ajuda técnica e financeira do Estado e da União.
Os profissionais deverão elaborar uma nota técnica que deverá ser encaminhada ao município nos próximos dias com considerações importantes a serem divulgadas junto à população.
SOBRE OS ARRASTÕES
Sobre a redução no número de arrastões de combate à dengue no município, o secretário de Saúde do Município, Agamenon Arruda de Souza, explicou que estavam sendo realizados com o objetivo de conscientização da população, mas não se mostraram tão eficientes. Acrescentou que poucos dias após a ação a população insistia em continuar descartando lixo e outros dejetos nas ruas, o que oferecia um risco ainda maior à saúde da comunidade.
A própria Defesa Civil, quando esteve na cidade, reconheceu que este tipo de ação não estava sendo eficiente e pediu que a Secretaria reavaliasse sua linha de trabalho.
Ainda segundo a Secretaria, muitos moradores aproveitavam os arrastões para descartar móveis, colchões e bens inservíveis, enquanto recipientes e outros objetos que poderiam se tornar criadouros do mosquito da dengue acabavam sendo deixados nos quintais.