“Tem que encarar. Não tem o que fazer”, diz diretor sobre reservatórios

BRASÍLIA – O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino, disse ontem que é preciso "encarar" o atual nível dos reservatórios e que não há indicação de que será adotada, pelo governo, uma campanha específica para que a população reduza o consumo de energia.
"Tem que encarar. Não tem o que fazer. Não vamos conseguir fazer chover, né?", brincou Rufino.
Atualmente, no Sudeste/Centro-Oeste, principal área para a geração de energia no país, os reservatórios estão com nível de abastecimento em 38,7%. Em anos em que a quantidade de chuva no período úmido fica dentro da média, esse nível fica próximo a 50%.
"Terminado o período úmido (em abril) fica mais previsível o comportamento [da entrada de água nos reservatórios] até o próximo período úmido [em dezembro]", disse Rufino. "E fica muito mais fácil fazer previsões".
REDUÇÃO DO CONSUMO – Segundo ele, técnicos do governo podem voltar a discutir campanhas para redução do consumo de energia hoje durante a reunião do CMSE (Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico), mas não há indicação de que essa ideia será levada adiante.
Rufino disse ainda que "muito provavelmente" a geração térmica deve continuar no patamar máximo para que sejam preservados os níveis atuais dos reservatórios.
As usinas térmicas – movidas a carvão, óleo combustível e gás, por exemplo – são mais caras e poluentes, mas normalmente ligadas para complementar a geração de hidrelétricas.
"Não é prudente desativar as térmicas para usar mais os reservatórios do que já tem sido usado", afirmou.