Time é quase o mesmo do rebaixamento

À véspera da eleição do novo presidente, considerada o passaporte do clube para 2013, o Palmeiras estreia hoje no Paulista com o objetivo de apagar as cicatrizes deixadas pelo rebaixamento para a Serie B do Brasileiro.

Dos 11 titulares da estreia no Paulista contra o Bragantino, somente o goleiro Fernando Prass (ex-Vasco), o lateral direito Ayrton (ex-Coritiba) e o volante Souza (ex-Náutico) não estavam na campanha do descenso.

Mesmo sem o capitão Marcos Assunção, dispensado pelo time alviverde e contratado pelo Santos, a equipe tem a cara de 2012. Por isso, mais importante do que somar os primeiros três pontos, o jogo no Pacaembu serve para acabar com o jejum de três meses sem vitória.

O último triunfo foi no dia 20 de outubro contra o Cruzeiro (2 a 1). De lá para cá, foram quatro derrotas e dois empates que resultaram na segunda queda para a Série B (a primeira foi em 2002).

Com só dois reforços, o técnico Gilson Kleina lamenta o elenco reduzido, teme ter de improvisar jogadores em caso de lesões e disse que, por falta de opção, escalará atletas que ainda não estão 100% recuperados de contusões, caso de Henrique, Wesley, Patrick Vieira e Luan.

"Claro que a gente esperava um elenco maior, porque é necessário. Mas estou muito feliz com o preparo", afirmou Kleina. "Nesse momento, o importante é estrear para resgatar as vitórias e as alegrias", completou.

Título inesperado,queda e dívida são heranças da gestãoTirone

Há exatos dois anos, o empresário Arnaldo Tirone assumia o comando do Palmeiras com a promessa de resgatar a imagem do clube que menos conquistou títulos no século entre os rivais.

Na segunda-feira porém, Pituca, como é conhecido, entrega o time ao sucessor Décio Perin ou Paulo Nobre numa situação pior da que encontrou, dentro e fora de campo.

A queda para a segunda divisão do Nacional manchou a conquista do bicampeonato da Copa do Brasil primeiro título de expressão nacional depois de 13 anos e a vaga na Taça Libertadores.

O vexame foi consequência do modesto aproveitamento de 51,7% nos 141 jogos feitos sob a gestão Tirone, que desistiu de tentar a reeleição. Foram 60 vitórias, 39 empates e 42 derrotas.

O cartola palmeirense contratou 25 jogadores e dispensou 39, sendo 15 que ele mesmo havia negociado. Demitiu Luiz Felipe Scolari e contratou Gilson Kleina.

Como prometido, Tirone aumentou a arrecadação do clube de R$ 86 milhões em 2010 para cerca de R$ 142 milhões neste ano, mas também fez saltar a dívida de

R$ 150 milhões para mais de R$ 230 milhões.

Em 2012, o goleiro Marcos se aposentou, mas o atacante Barcos veio e despontou como novo ídolo alviverde.

Em seu último ato, Tirone negociou com Riquelme. Mas com o sim ou o não do meia argentino, o prélio palmeirense ficou mais duro.

Limite
Com as contratações congeladas até segunda-feira -o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) exigiu garantias financeiras do presidente Arnaldo Tirone para qualquer negociação-, o time estreia com o elenco no limite.

A maior preocupação de Kleina, porém, é com o extenso calendário de jogos com o Estadual e a Libertadores -estreia dia 14 de fevereiro. Até o clássico contra o Corinthians, no dia 17 do mês que vem, serão nove partidas, uma a cada três dias.

"No setor defensivo, temos apenas dois zagueiros", disse Kleina. "Se o Juninho [lateral esquerdo] se lesionar, não há substituto", emendou o técnico, que, durante a semana, treinou Luan como ala.

Assim como em 2012, a maior baixa é Valdivia, que sofreu uma leve lesão no tornozelo esquerdo no treino e só deve ser relacionado contra o Oeste, na quarta-feira.

Palmeiras

Fernando Prass; Ayrton, Maurício Ramos, Henrique e Juninho; Márcio Araújo, Souza, Wesley e Patrick Vieira; Luan e Barcos
Técnico: Gilson Kleina

Bragantino
Rafael Defendi; Carlinhos, André Astorga e Kadu; Geandro, Neto, Preto, Thiago Santos e Léo Jaime; Barbosa e Lincom
Técnico: Mazola Júnior   

Estádio: Pacaembu
Horário: 17h
Árbitro: Vinicius Furlan