Todos da mesma casa

Ayrton Baptista*

Interessante ver-se lado a lado no jornal figuras e declarações de dois políticos adversários ferrenhos mas que já estiveram desfilando pelos mesmos lados. Roberto Requião está pensando seriamente em 2018, com o objetivo de voltar a dirigir o Paraná.
Quer que seu partido, o PMDB, concorra a prefeito em todos os 399 municípios do Estado. Inclusive a capital, onde, claro, o candidato poderá ser seu filho, deputado Requião Filho, com presença marcante na Assembleia Legislativa em que pese o pouco tempo de eleito.
O filho de seu grande amigo no passado, José Richa, governador Beto Richa também trata de mexer com os ânimos de seu PSDB e procura abrir caminho com vistas às eleições de 2018 partindo das eleições municipais do ano que vem.
Roberto Requião tem seu nome cogitado para ocupar um Ministério em possível reforma que a presidente Dilma Rousseff poderá ter que fazer, pressionada por partidos aliados e por todos, face ao mastodôntico corpo de auxiliares que mantém, quase 40.
Requião, justiça seja feita, começou no PMDB e nele continua, tendo disputada todas as suas eleições pelo mesmo partido. Deve ter poucos companheiros em idêntica situação nos Estados. Se for chamado pela Presidente, Requião pela primeira vez ocupará posto na Esplanada dos Ministérios.
Beto Richa ainda amarga as consequências do fatídico 29 de abril e a guerra com os professores. Não tem muito que reclamar sobre isso uma vez que se cercou de maus auxiliares e não teve pulso firme para evitar o pior.
Está se movimentando mais, procurando sentir e tentar apagar em parte os efeitos daquela data e suas consequências óbvias. Seu futuro depende de uma boa conduta de reabilitação popular e somatória nas pesquisas.
Caso não se recupere em tempo médio, terá dificuldades em 2018. Fica na esperança de melhores dias aqui e na República, pois seus amigos a nível nacional ainda não têm uma rota tranquila para seguir.
Vendo-se Requião e Richa na mesma página, em matéria política de Luís Lomba e Fernando Martins, da “Gazeta do Povo”, a indagação é natural: onde estão os outros que partiram do mesmo ninho? Álvaro Dias decide se fica com os tucanos e aguenta Beto Richa ou ruma ao Partido Socialista Brasileiro e esquece companheiros de hoje e familiares de sempre e disputa para valer o retorno ao Palácio Iguaçu.
Osmar Dias sempre na dependência do primeiro passo do irmão mais velho, ao que parece dono de todas as posições em que o irmão Osmar pode se interessar, como vem ocorrendo pleito a pleito.
E ainda da mesma origem, Gustavo Fruet, filho de Maurício Fruet, companheiro e amigo de Requião e de Richa, Gustavo, já decidiu: concorre à reeleição, pois entende que a legislação permitindo e o cavalo passando encilhado não há lugar melhor do que um caminho aberto para ocupar o posto que o pai deixou para Lerner.
Disso tudo (fora Lerner) fica a lembrança de que todos eles, de Álvaro a Fruet, da mesma origem política, desde José Richa.