Torcedor paranavaiense preferiu comemorar vitória de forma discreta
A Seleção Brasileira conquistou ontem a tão sonhada primeira vitória na Copa do Mundo da Rússia. A vitória por 2×0 sobre a Costa Rica foi um alívio, pois fez diminuir o fantasma de uma eliminação precoce, já na primeira fase.
Mas, o triunfo ainda não empolgou a grande massa paranavaiense. Apesar disso, o sofrido resultado manteve a esperança dos mais otimistas, provocando até alguma comemoração (tímidas, é verdade) nas ruas da cidade.
O horário não ajudou, já que após o jogo a maioria das pessoas teve que iniciar a jornada de trabalho da sexta-feira.
Ainda assim, foi possível ver alguns carros ostentando as bandeiras brasileiras, sem contar um pequeno buzinaço com “meia dúzia” de torcedores.
De forma preventiva, a Polícia Militar foi para as ruas, posicionando viaturas em pontos estratégicos, caso houvesse aglomeração de pessoas (o que não houve), a exemplo do que ocorreu até então em jogos do Brasil em outras copas.
OPINIÃO – O ambiente de calmaria não tirou o otimismo do entregador Tauan Henrique Diniz, 24 anos. Ele e a esposa Flávia Cristina, 21 anos, levaram os filhos para a comemoração. Vestida com camisas da Seleção, a família se mantém confiante.
Tauan disse que o jogo foi emocionante e que a Copa deve melhorar daqui para frente. Arrisca até que na próxima quarta-feira a Seleção vence a Sérvia por 2×0. Ele lamentou que tenha faltado gente para a festa da primeira vitória.
De qualquer forma, Tauan, a esposa Flávia e os filhos Kauan (6 anos) e Miguel (4 anos), fizeram os seus papéis na Avenida Paraná. Promessa e mais comemoração na próxima semana.
TURMA ANIMADA – Outra turma animada reuniu jovens familiares e amigos, também na Avenida Paraná. A adolescente Taynara Aparecida do Nascimento Vilela, 16 anos, esbanja confiança, lembrando que é preciso torcer pela Seleção. “É o Brasil; é o nosso Brasil”, resume.
Também vibrantes, Willian da Silva Andreo, 20 anos; Lucas Feitosa Martins, 20 anos, e Jhonatan Mateus Costa Carlos, 19 anos. Todos concordam que é preciso torcer e viver o clima da Copa nestes dias de jogos. Após falar rapidamente com a reportagem, lá foram eles expor a alegria pela sofrida vitória.
OTIMISMO – O pintor Franklin Soares Lopes, 33 anos, também estava com a família para comemorar o resultado positivo do Brasil. Ele achou fraco o movimento, mas reconhece que ontem foi dia de trabalho. Aliás, também ia trabalhar logo após o almoço.
Se revela confiante no Brasil daqui para frente, depois do sufoco para ganhar da Costa Rica, com o primeiro gol saindo apenas nos acréscimos.
Ele concorda que uma vitória na quarta-feira deve empolgar o torcedor. Sem contar que o jogo será no final do expediente, com as pessoas ficando livres para festejar em caso de novo triunfo.
ESPORTE – O ambiente formado nos últimos dias por parte da população, especialmente através das redes sociais, sugere que não há o que comemorar, por conta das crises política e econômica do país.
No entanto, é preciso separar a simples diversão da Copa em relação aos problemas brasileiros. Torcer não significa se “afastar” do mundo real, mas apenas viver as possibilidades desse esporte que é uma paixão nacional.
Como diz o jornalista Milton Neves, o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes. Sem contar que não é a sua função resolver problemas de saúde, educação e segurança. Pode até contribuir com posicionamentos de ídolos em prol de tais bandeiras. No mais, é torcer sem abrir mão da cidadania.