Trabalho aos domingos precisa ser bem remunerado, diz presidente do Sindoscom

A abertura dos supermercados de Paranavaí aos domingos voltará a ser discutida na segunda metade de agosto. Representantes dos sindicatos dos patrões e dos empregados, empresários do setor e trabalhadores se reunirão para avaliar os resultados deste período em que a Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) determinou o fechamento dos estabelecimentos.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Paranavaí (Sindoscom), Elizabete Madrona, caso fique decidido que a decisão será revogada, uma nova discussão se fará necessária, para saber como será a remuneração dos funcionários. “Vamos exigir um reajuste considerável, com liberdade para gastar, não só dentro do próprio mercado”, disse.
Elizabete também citou outro problema enfrentado pela classe trabalhadora: “Queremos creche para socorrer os pais que não têm onde deixar os filhos”.
Segundo a presidente do Sindoscom, se na reunião de agosto ficar definido que os supermercados voltarão a abrir aos domingos, ela promoverá uma nova assembleia dos trabalhadores. “Eles vão dizer democraticamente o que querem. É isso que vai nortear o posicionamento do sindicato”.
NA JUSTIÇA – No dia 27 de junho, o Diário do Noroeste anunciou uma determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região: o hipermercado Super Muffato seria multado em R$ 300 mil para cada domingo em que funcionários tivessem de trabalhar.
No dia 29, o Grupo Muffato publicou uma nota em que dizia que o fechamento aos domingos era um “retrocesso para a economia local. Uma cidade como Paranavaí, que é polo regional, merece um comércio pujante, que opere em todos os dias da semana, como acontece nos grandes centros”.
DEMISSÕES – A empresa também anunciou a demissão de 11 empregados. Na edição de 6 de junho, uma nota publicada pelo DN informou o motivo: “Um processo de readequação do nosso quadro funcional para reajustá-lo à nova realidade de Paranavaí”. O texto também dizia que esta seria a primeira etapa de dispensas.
Sobre o assunto, a presidente do Sindoscom disse: “A empresa pode admitir e demitir a qualquer hora. Cabe à empresa delegar como fazer isso”. Elizabete enfatizou que a postura demissionária do Grupo Muffato sugere a tentativa de provocar uma “queda de braços” com o Sindoscom.
Por isso, a presidente ressaltou: “O sindicato está respeitando uma decisão democrática. Em democracia, não há de se esperar uma unanimidade, jamais, mas sim um direcionamento para as ações. E isso deve ser respeitado”.
O ACORDO – A Convenção Coletiva do Trabalho é um acordo firmado entre os sindicatos que representam patrões e empregados. Antes de tomar a decisão, as duas categorias são consultadas: trabalhadores e patrões negociam as mudanças que seguirão até que a próxima CCT seja assinada, no ano seguinte.
Conforme os termos do documento vigente até a metade de 2014, “fica vedada a permanência dos empregados no interior do estabelecimento (…) em domingos e feriados e em datas não convencionadas”.