Trabalho de campo testa eficácia de venenos contra mosquito da dengue
A Secretaria de Saúde do Paraná, através da 14ª Regional de Saúde, está desenvolvendo trabalho de campo para testar a eficácia dos venenos contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue e de outras doenças como a Febre Chikungunya e Zika Vírus.
Para esta pesquisa foram instaladas mais de 400 armadilhas em vários locais da cidade visando capturar o vetor. O trabalho deve durar cerca de 20 dias em Paranavaí.
No Brasil, a expectativa é concluir o estudo em seis meses. A pesquisa faz parte da proposta do Programa Nacional de Combate à Dengue, do Ministério da Saúde.
Como explica o diretor de Vigilância em Saúde da Regional, Valter Sordi Júnior, a ideia é que o país consiga um estudo relevante sobre o mosquito e a forma eficaz de combate.
No Paraná outras quatro cidades fazem igual pesquisa. São elas: Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina. Todos os estados do país, além do Distrito Federal, farão o mesmo serviço de campo.
CUIDADOS DEVEM SER MANTIDOS – No entanto, como adverte o diretor, não se trata de uma política para eliminar o Aedes aegypti com veneno. Pelo contrário. Qualquer política só dará certo com o efetivo cuidado da população, eliminando água parada em qualquer quantidade.
Para procriar, o mosquito precisa de água, ou seja, o seu controle depende da população. “Este estudo não é um combate ao mosquito, mas uma forma de conhecer e potencializar enfrentamento ao vetor e, por consequência, às doenças”, reforça.
Não por acaso, as campanhas de conscientização focam sempre a comunidade. Quase 80% dos focos estão em residências, sobretudo, em vasos de plantas e bebedouros de animais. Por isso, vale a costumeira regra de vistoriar os quintais sempre que houver chuva.
Na semana passada Sordi Júnior já havia manifestado preocupação com um possível surto de dengue em cidades da região. Paranavaí, por exemplo, apesar de ter um índice baixo de infestação pelo mosquito – apenas 0,3% – outras variáveis alertam para o perigo.
Isso porque o Inverno foi muito seco e com temperaturas amenas. A partir da Primavera a situação se inverte, com temperaturas elevadas e chuva abundante.
Essa combinação facilita o desenvolvimento do mosquito, caso a população e os agentes públicos não façam o devido combate, eliminando água parada. O uso de inseticida só ocorre em situações especiais e com aval das autoridades de saúde, analisa.
NÚMEROS
Dados atualizados pela Regional de Saúde de Paranavaí no final do mês de setembro mostram que a região teve 59 casos positivos de dengue em 2017, além de 828 suspeitos descartados por exame laboratorial.
Números surpreendentes se comparados com 2016. Também somando as primeiras 53 semanas (como nas estatísticas do ano em curso), foram detectados 496 casos da doença, além de outros 2.511 negativados por exame.
Paranavaí, a maior cidade com 86.773 moradores lidera as estatísticas. São 17 casos positivos e outros 393 notificados como suspeitos e descartados em exame.
Em 2016 neste mesmo período, a cidade já totalizava 134 positivos e 1.087 suspeitos, descartados por exame posteriormente.
Dados comparativos importantes como referência, mas, como reforça o diretor, não são suficientes para um relaxamento. Como sempre, a dengue se combate todo dia.