Troca de ofensas marcou convenção do PMDB que escolheu Requião como candidato
CURITIBA – Com o potencial de decidir o rumo da eleição no Paraná, o PMDB realizou ontem sua convenção estadual em meio à tensão e troca de ofensas.
Dividido em dois grupos majoritários, o partido definiu lançar a candidatura do senador Roberto Requião. Outra alternativa era apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB) ao Palácio Iguaçu.
Desde cedo, militantes pró-candidatura e pró-aliança empunharam bandeiras e trocaram ofensas.
"Fora tucanada, o meu partido não se vende pra bancada", gritavam os defensores de Requião, em referência aos deputados estaduais, que são aliados a Richa. Os favoráveis à coligação não respondiam. "Não é a hora", disse um deles.
Em meio à militância, um homem fantasiado de tucano, nas cores do PSDB (azul e amarelo), estava com um saco de dinheiro falso. E foi ovacionado pelos adeptos de Requião.
Quem chegava à sala de votação tinha de passar por uma espécie de "corredor polonês". "Fora, mercenários" e gritos de "Requião governador" recebiam os delegados com direito a voto.
Na briga por espaço em frente à sala, os militantes chegaram a trocar tapas e socos.
Num desentendimento por causa das bandeiras pela manhã, um dos cabos pró-Requião quebrou o mastro ao meio, no joelho, e avançou para cima do grupo adversário. Ninguém ficou ferido. "Nessa hora, bandeira vira arma", dizia um militante pró-coligação.
A sala de votação foi vigiada por cerca de 20 seguranças. Quem defendia a candidatura própria acusou a direção estadual de "intimidação". "Imagine se não tivesse segurança aqui. Estamos querendo garantir a tranquilidade", rebateu o presidente estadual do PMDB, o deputado Osmar Serraglio.
Algumas estratégias se assemelharam à guerrilha: um carro de som gigantesco, levado por um deputado que apoia Requião, teve as fechaduras arrombadas e inutilizadas. Até o chaveiro chegar, por volta das 10h, o veículo não pôde tocar o jingle do ex-governador.
"Quem bate nunca se lembra, quem apanha nunca se esquece", disse o ex-governador Orlando Pessuti, antigo aliado de Requião e que defendia a aliança com o PSDB.
"O partido tem que ser renovado. Defendemos um PMDB para todos, uma mudança no partido", afirmou o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli.
"A nossa tese da candidatura própria é mais apaixonante. A outra é puramente eleitoral, um acordo político", declarou o empresário Rodrigo Rocha Loures, membro da Executiva Nacional do PMDB.
DEU REQUIÃO – Por uma diferença de 69 votos, o PMDB decidiu lançar candidato próprio ao governo do Paraná. O senador Roberto Requião, que já foi governador por três vezes, será o candidato do partido.
A chapa que defendia coligação recebeu 250 votos, mas o ex-governador conseguiu 319. O peemedebista vai concorrer contra Beto Richa (PSDB) e contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT).
Até o início da convenção, que chegou a ter pancadaria, o partido estava dividido em dois grupos majoritários. Além de ter Requião como candidato, os peemedebistas avaliaram também apoiar a reeleição do governador tucano ao Palácio Iguaçu.
A decisão do PMDB acabou beneficiando a candidatura petista nacional. Com o resultado, defendido também pela Executiva Nacional do partido, a presidente Dilma Rousseff (PT) terá um segundo palanque.
Aos 73 anos e com três mandatos de governador, Requião tem percorrido todo o Estado desde o ano passado para defender sua candidatura. Apesar das ligações entre PMDB e PT, as viagens têm sido recheadas de críticas à ex-ministra Gleisi – assim como ao governador tucano.
No Paraná, Requião está em segundo lugar nas pesquisas. Sua candidatura confirmada pode ajudar, neste momento, a evitar uma vitória de Richa no primeiro turno, assim como tirar Gleisi da disputa.
O PMDB integra o governo Richa desde 2011 e comanda duas secretarias no Estado. O tucano ainda tinha apoio da maioria dos deputados estaduais peemedebistas.
Dividido em dois grupos majoritários, o partido definiu lançar a candidatura do senador Roberto Requião. Outra alternativa era apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB) ao Palácio Iguaçu.
Desde cedo, militantes pró-candidatura e pró-aliança empunharam bandeiras e trocaram ofensas.
"Fora tucanada, o meu partido não se vende pra bancada", gritavam os defensores de Requião, em referência aos deputados estaduais, que são aliados a Richa. Os favoráveis à coligação não respondiam. "Não é a hora", disse um deles.
Em meio à militância, um homem fantasiado de tucano, nas cores do PSDB (azul e amarelo), estava com um saco de dinheiro falso. E foi ovacionado pelos adeptos de Requião.
Quem chegava à sala de votação tinha de passar por uma espécie de "corredor polonês". "Fora, mercenários" e gritos de "Requião governador" recebiam os delegados com direito a voto.
Na briga por espaço em frente à sala, os militantes chegaram a trocar tapas e socos.
Num desentendimento por causa das bandeiras pela manhã, um dos cabos pró-Requião quebrou o mastro ao meio, no joelho, e avançou para cima do grupo adversário. Ninguém ficou ferido. "Nessa hora, bandeira vira arma", dizia um militante pró-coligação.
A sala de votação foi vigiada por cerca de 20 seguranças. Quem defendia a candidatura própria acusou a direção estadual de "intimidação". "Imagine se não tivesse segurança aqui. Estamos querendo garantir a tranquilidade", rebateu o presidente estadual do PMDB, o deputado Osmar Serraglio.
Algumas estratégias se assemelharam à guerrilha: um carro de som gigantesco, levado por um deputado que apoia Requião, teve as fechaduras arrombadas e inutilizadas. Até o chaveiro chegar, por volta das 10h, o veículo não pôde tocar o jingle do ex-governador.
"Quem bate nunca se lembra, quem apanha nunca se esquece", disse o ex-governador Orlando Pessuti, antigo aliado de Requião e que defendia a aliança com o PSDB.
"O partido tem que ser renovado. Defendemos um PMDB para todos, uma mudança no partido", afirmou o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli.
"A nossa tese da candidatura própria é mais apaixonante. A outra é puramente eleitoral, um acordo político", declarou o empresário Rodrigo Rocha Loures, membro da Executiva Nacional do PMDB.
DEU REQUIÃO – Por uma diferença de 69 votos, o PMDB decidiu lançar candidato próprio ao governo do Paraná. O senador Roberto Requião, que já foi governador por três vezes, será o candidato do partido.
A chapa que defendia coligação recebeu 250 votos, mas o ex-governador conseguiu 319. O peemedebista vai concorrer contra Beto Richa (PSDB) e contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT).
Até o início da convenção, que chegou a ter pancadaria, o partido estava dividido em dois grupos majoritários. Além de ter Requião como candidato, os peemedebistas avaliaram também apoiar a reeleição do governador tucano ao Palácio Iguaçu.
A decisão do PMDB acabou beneficiando a candidatura petista nacional. Com o resultado, defendido também pela Executiva Nacional do partido, a presidente Dilma Rousseff (PT) terá um segundo palanque.
Aos 73 anos e com três mandatos de governador, Requião tem percorrido todo o Estado desde o ano passado para defender sua candidatura. Apesar das ligações entre PMDB e PT, as viagens têm sido recheadas de críticas à ex-ministra Gleisi – assim como ao governador tucano.
No Paraná, Requião está em segundo lugar nas pesquisas. Sua candidatura confirmada pode ajudar, neste momento, a evitar uma vitória de Richa no primeiro turno, assim como tirar Gleisi da disputa.
O PMDB integra o governo Richa desde 2011 e comanda duas secretarias no Estado. O tucano ainda tinha apoio da maioria dos deputados estaduais peemedebistas.